Para adaptar o aparelho produtivo às necessidades dos clientes e, assim, evitar perder rios de dinheiro, fabricando carros que não vão conseguir vender, os gigantes americanos GM e Ford estão a redimensionar-se para produzir o que os clientes querem. A GM surpreendeu ao encerrar cinco fábricas e afastar 14.000 empregados, o que deixou Donald Trump à beira de um ataque de nervos, ameaçando com a retirada de incentivos, entre outras punições.
Mas ainda o Presidente norte-americano estava a digerir o “buraco” oferecido pela GM, eis que a Ford deixa antever o afastamento de mais 25.000 empregados. O anúncio não veio da Ford, mas sim da Morgan Stanley, que previu a necessidade de a marca da oval adaptar a sua força de trabalho à realidade das vendas.
Mais importante do que os 25.000 despedimentos, o analista da Morgan Stanley, antecipa que grande parte desses postos de trabalho seja relativa a funcionários europeus, onde a Ford também está a revelar um desempenho longe do ideal.
A Morgan Stanley estima que, na Europa, a Ford “esteja a perder cerca de 7 mil milhões de dólares”, o que obviamente é uma má notícia para os accionistas, que a administração tem de satisfazer. Isto se quiser manter o lugar. O relatório refere ainda que a Ford emprega de momento 70.000 pessoas, pelo que o corte que está em cima da mesa, segundo os analistas, visa anular mais de um terço da sua força de trabalho.
Talvez para atenuar a má reacção de Trump, a Ford avança já, como hipotéticas causas para os despedimentos, as guerras comerciais encetadas pelo Presidente, o incremento do preço do aço e alumínio de que necessitam.