Desde o início da greve dos enfermeiros, há duas semanas, que o Hospital de Santa Maria não faz nenhuma cirurgia a crianças, disse à TSF Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria (Lisboa).
O presidente do Conselho de Administração acrescentou ainda que 456 pessoas ficaram por operar naquela unidade hospitalar e que podem chegar a 1.500 até ao final do mês, que é quando está previsto terminar a greve às cirurgias realizada pelos enfermeiros. Este adiamento das cirurgias vai engrossar as listas de espera, que já são longas.
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Em greve estão os enfermeiros dos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), do Centro Hospitalar Universitário do Porto, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e do Centro Hospitalar de Setúbal, mas os sindicatos admitem estender a greve a outras unidades hospitalares.
Questionado sobre o alerta lançado na quarta-feira pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares de que há doentes em situações graves que estão a ver as cirurgias adiadas devido à greve, Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), afirmou à Lusa que essa responsabilidade não pode ser atribuída nem aos enfermeiros nem aos sindicatos. “Nós temos consciência de que esta greve causa prejuízos”, mas os serviços mínimos estão a ser assegurados e todas as cirurgias “urgentes e inadiáveis” estão a ser executadas e “aquelas que possam eventualmente não ter sido executadas é por má gestão dos tempos operatórios”.
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Carlos Martins ainda não viu motivos para furar a greve, mas se estiver em causa uma vida ou a qualidade de vida de um doente, pode acontecer. Essa pessoa não ficará sem a cirurgia que necessita, nem que seja preciso recorrer a instituição privada.
O administrador acrescentou que a greve deveria ter acabado 24 horas depois de ter começado. E que é preciso que a greve termine para que as partes interessadas se sentem à mesma mesa para negociar.
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