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Quem são as quatro vítimas da queda do helicóptero do INEM?

Este artigo tem mais de 5 anos

Dados como desaparecidos durante horas, os ocupantes da aeronave viriam a ser encontrados já sem vida: o médico Luís Vega, a enfermeira Daniela Silva, o piloto João Lima e o copiloto Luís Rosindo.

A enfermeira Daniela Silva ligou aos pais e à irmã antes de entrar no helicóptero do INEM. Naquela noite, iria realizar-se o jantar de Natal da corporação de bombeiros de Baltar — de onde Daniela Silva, também bombeira, tinha feito parte. De acordo com o Correio da Manhã, todos ficaram a saber que a enfermeira era uma das quatro vítimas do acidente, incluindo os pais e a irmã que se encontravam no jantar.

Daniela tinha cerca de 30 anos e morava na freguesia de Baltar, no concelho de Paredes. Há cerca de cinco anos que a enfermeira começou a trabalhar no INEM do Porto, onde fazia meio aéreo e Suporte Imediato de Vida (SIV). Daniela, que também era formadora na Escola Nacional de Bombeiros, começou por fazer parte da ambulância de SIV em Moura, no Alentejo. Depois, durante cerca de 11 anos no Hospital de Amarante também no SIV.

A enfermeira Daniela Silva, que era também bombeira, tinha cerca de 30 anos (Foto: Facebook)

Daniela encontrava-se com o médico Luís Vega de prevenção na base de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança. Tinha 50 anos e nacionalidade espanhola. Vive com a mulher, também espanhola, há cerca de 20 anos em Portugal. Trabalha no Hospital de Santa Maria da Feira também há cerca de 20 anos nas urgências e tinha experiência sobretudo na equipa de emergência do INEM.

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O co-piloto Luís Rosindo seguia no helicóptero ao lado do comandante João Lima (Foto: Facebook

O helicóptero era pilotado pelo comandante João Lima e co-pilotado por Luís Rosindo. O co-piloto era natural de Setúbal e já tinha estado ao serviço da Força Aérea Portuguesa, era apaixonado por animais e foi também nadador salvador na praia de Sesimbra.

João Lima, o piloto, era natural de Viseu e vivia em Santa Comba Dão, tinha 55 anos e era pai de três filhos. Segundo apurou o Observador, é considerado “um piloto muito experimente”, com milhares de horas de voo ao serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica. Rui Leitão, adjunto de comando dos Bombeiros de Santa Comba Dão, falou à CMTV sobre o piloto e confirma que João Lima “já passou por várias máquinas, por várias empresas das mais variadas missões”, descrevendo o piloto como alguém que sabia transmitir essa mesma experiência: “Tinha sempre uma palavra em que podíamos confiar”.

Os bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão partilharam uma mensagem no Facebook, onde falam de João Lima como alguém que se empenhou “em inúmeras missões ao serviço da população, fosse no transporte de doentes, em salvamentos e resgates e no combate a incêndios florestais, ao longo de mais de 20 anos. Um legado de inúmeras vidas salvas e protegidas, de entrega, competência e profissionalismo”.

Em 2011, conseguiu salvar três jovens que, após uma queda, ficaram encurralados numa escarpa das cataratas do Bal Couvo, Gavião, distrito de Portalegre, recorda o Correio da Manhã. Na noite de 27 de dezembro, o piloto do helicóptero Kamov estacionado na base de Santa Comba Dão foi mobilizado para o local. As operações de salvamento, que permitiram retirar um jovem que tinha caído e outros dois que se encontravam em hipotermia, foram muito elogiadas pelos bombeiros. “O resgate das vítimas revelou-se complicado, desde logo pelo facto de ser um local muito apertado para se trabalhar com um helicóptero”, disse o piloto João Lima na altura.

O piloto João Lima tinha 55 anos e era pai de três filhos (Foto: Facebook)

A equipa tinha sido chamada para transportar uma doente com problemas cardíacos graves. Chegados ao heliporto de Massarelos, recolheram uma mulher de 76 anos, assistida no Hospital Distrital de Bragança, e transportaram-na para o Hospital de Santo António, no Porto, a 170 quilómetros, em linha reta. Segundo os registos do próprio INEM, a doente foi entregue aos cuidados das equipas médias do hospital já por volta das 18h10. A aeronave dirigia-se para Baltar, no concelho de Paredes, onde iria abastecer para depois regressar à sua base, quando se despenhou. O helicóptero desapareceu dos radares da Força Aérea 18h38.

Heli do INEM. Passaram duas horas entre o primeiro alerta e a operação de socorro. Porquê?

Dados como desaparecidos durante horas e depois de várias horas de operações de busca, os quatro ocupantes da aeronave viriam a ser encontrados já sem vida, na madrugada deste domingo: dois dentro da cabine, outros dois junto aos destroços. Luís Vega, Daniela Silva, João Lima e Luís Rosindo são as quatro vítimas mortais do acidente com o helicóptero do INEM, em Valongo.

Foram encontrados os destroços com os quatro corpos sem vida, dois deles ainda junto dos destroços da cabine e outros dois junto dos destroços, mas fora da cabine, a cerca de 700 metros a sul de Capela de Santa Justa, freguesia do concelho de Valongo”, disse aos jornalistas o Comando de Operações de Socorro, tenente-coronel Carlos Alves, num briefing durante a madrugada deste domingo.

O bastonário da Ordem dos Médicos, num comunicado enviado este domingo enalteceu “o espírito de missão destes profissionais, que faleceram ao serviço da Humanidade, ajudou a salvar muitas vidas”. Miguel Guimarães afirmou que “são um exemplo para todos nós de coragem, resiliência e dedicação a uma causa maior, salvar vidas. Uma missão heróica que honra todos os portugueses”.

INEM. Operações já foram concluídas com retirada dos quatro corpos

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