É uma linha cronológica confusa e difícil de reconstituir, mas que aponta, sem dúvidas, para um hiato de tempo ainda mais difícil de compreender, por causa de dois registos: 18h38 e 20h09. O primeiro é o último dado de voo do helicóptero do INEM que se despenhou, neste sábado, em Valongo. O segundo é a hora a que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) recebeu o alerta. Primeiros meios de busca e salvamento no terreno, já só às 20h35.
Entre as 18h38 e as 20h09 passou mais de uma hora e meia. Até a operação de socorro começar, foram quase duas horas — mesmo depois de o 112 ter recebido um alerta de um morador da freguesia de Campo, por volta da hora a que o helicóptero desapareceu do radar. Porquê tanto tempo?
Porque a informação perdeu-se entre as várias entidades: o alerta que chegou ao 112 terá sido reencaminhado para a GNR, mas a patrulha do posto de Campo não encontrou vestígios de qualquer acidente e abandonou o local; a NAV ligou para três CDOS diferentes, mas ninguém atendeu; a Força Aérea acabaria por só comunicar o desaparecimento da aeronave do radar às 19h36, quase uma hora depois do sinal ter sido perdido. E, no meio disto, o INEM estava convencido de que a equipa nem sequer estava a voar — e que tinha ficado no Porto, por causa do mau tempo, como médico e enfermeira tinham indicado.
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