O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse esta noite na RTP1 que a solução a adotar relativamente ao descongelamento das carreiras dos professores será “responsável, financeiramente robusta e passível de ser cumprida”. Numa altura em que o assunto volta à mesa das negociações após o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao diploma do Governo que previa a recuperação parcial do congelamento das carreiras dos professores, Centeno apenas garantiu que a decisão sobre os professores do continente (uma vez que na Madeira e Açores os governos regionais fizeram acordos específicos) terá de ser tomada sem “dar passos maiores do que a perna” nem “pôr em causa o futuro da carreira” e que a postura do Governo será de “abertura”.

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Na entrevista de 17 minutos, Mário Centeno falou essencialmente do prémio ministro das Finanças do ano na Europa, que lhe foi atribuído pelo grupo Financial Times. “É a primeira vez que um ministro das Finanças português tem este prémio e há mais de uma década que não ia para o sul da Europa”, começou por dizer Centeno, que garantiu que o prémio “reflete o percurso que o país tem feito nos últimos anos” de “consolidação das contas públicas”.

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O país, continuou Centeno, “tem um défice que, sendo normal na Europa, é bastante baixo para a história das finanças públicas em Portugal”. “Ao longo da legislatura temos sido confrontados com contestação e temos feito inúmeros processos negociais com resultados bastante positivos”, afirmou, quando confrontado com o descontentamento de alguns setores como o da saúde ou da educação. Por isso, Centeno não quer “nem dar demasiado valor nem retirar valor ao prémio”.

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Já relativamente à Saúde, Centeno assegurou que o Governo tem feito “uma aposta muito grande” no setor e assegurou que as verbas destinadas à área continuam a aumentar. “No SNS entre novembro de 2017 e novembro de 2018 a despesa com pessoal cresceu 200 milhões de euros. A despesa total cresceu 500 milhões de euros nos últimos doze meses”, detalhou Centeno, acrescentando que 100 milhões foram em aumento da despesa de farmácia e 50 milhões em meios de diagnóstico.

Garantindo que “não há cativações no Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou também os esforços negociais com os enfermeiros e considerou que o Governo está a fazer um “esforço muito sério” no setor.

No que toca aos aumentos na Função Pública, Centeno sublinhou que o aumento da despesa com pessoal no Estado é de 800 milhões de euros, que todos os funcionários públicos com salários inferiores a 635 euros vão ser reposicionados nesse escalão e que “todos os outros terão a sua remuneração atualizada”.