Manuela Ferreira Leite comentou a realização da primeira convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que vai juntar esta semana várias correntes da direita portuguesa, entre vozes críticas de Rui Rio do PSD, o Aliança de Pedro Santana Lopes e Assunção Cristas, dizendo que este movimento merece “algum desprezo”.
Para a ex-líder do PSD, o MEL “tem muito a ver com a oposição ao Rui Rio” e será “um movimento de muito curto-prazo”. Conhecida apoiante de Rui Rio, a ex-ministra das Finanças repetiu a ideia que tinha vindo a referir já desde a liderança social-democrata de Pedro Passos Coelho, dizendo que nessa altura o partido “tinha adquirido um rótulo de direita do qual sempre discordei”. Rótulo esse que, sublinhou na sua intervenção na TSF, é de evitar: “Prefiro que [o PSD] tenha pior resultado nas eleições do que tivesse melhor com um rótulo que eu acho que não lhe assenta”.
Manuela Ferreira Leite não poupou palavras para se referir ao MEL, que tem a sua convenção marcada para esta quinta e sexta-feira na Culturgest, em Lisboa. “Acho que todo este tipo de movimentos que se baseiam em questões de natureza pessoal e muito marcados pela futura próxima constituição de listas para deputados merecem-me algum desprezo”, referiu a ex-ministra das Finanças, em declarações no programa Pares da República da TSF, que sublinhou não querer “dar importância” àquela iniciativa.
Manuela Ferreira Leite referiu-se ainda assim ao facto de esta convenção acontecer a menos de 10 meses das próximas eleições legislativas, dizendo que o timing escolhido é “óbvio” e revela ambições eleitorais. “É agora ou nunca, quando estiverem feitas as listas já as pessoas todas se desinteressam e só acordam daqui a quatro anos”, disse.
Sem referir nomes, Manuela Ferreira Leite referiu ainda que “há um conjunto de pessoas que pensam que é o momento da sua vida quando há eleições”. “Como sabem que podem chegar aos eleitores por formas muito diretas e pouco controláveis, pode ser que inesperadamente sejam um Trump”, disse.