A aquisição pelo fundo turco OYAK da totalidade do capital da Cimpor em Portugal foi esta sexta-feira concluída, oito dias após a aprovação do negócio pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, anunciaram as duas empresas.

Em comunicado, a OYAK (Ordu Yardimlasma Kurumu) e a Cimpor adiantam que o fundo turco “integrará no seu portfólio as três fábricas e as duas moagens de cimento, as 20 pedreiras e as 46 centrais de betão localizadas em Portugal e em Cabo Verde”, mantendo-se a marca Cimpor “intacta”.

“A aquisição da Cimpor tem o claro propósito de fazer da Cimpor novamente uma grande empresa, tendo em conta o conhecimento acumulado pelos seus colaboradores nos últimos 46 anos. Queremos posicionar-nos, em conjunto com a Cimpor, para sermos um dos principais players mundiais na indústria do cimento”, refere o diretor-geral da OYAK Cement Group, Suat CALBIYIK, citado no comunicado.

Fundado em 1961 na Turquia e apresentando-se como “o principal grupo holding com investimentos estratégicos em diversas indústrias como cimento e betão, exploração mineira e metalurgia, automóvel, energia e químicos, agricultura, logística, finanças e alumina especializada”, o OYAK emprega 30 mil pessoas em 19 países, tendo registado em 2017 um volume de negócios de 10,2 mil milhões de dólares (cerca de 8,97 mil milhões de euros).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Reclamando a liderança de mercado na Turquia, a OYAK conta com sete fábricas integradas de cimento, três moagens de cimento e 45 centrais de betão pronto naquele país, com uma capacidade anual de produção de 12 milhões de toneladas.

A aquisição da Cimpor pelo fundo turco foi aprovada em 10 de janeiro pela Comissão Europeia, após concluir que a operação não levanta problemas ao nível da concorrência. “A Comissão concluiu que, embora tanto a Cimpor Portugal como a OYAK sejam ativas na indústria cimenteira, a operação proposta não suscita inquietações ao nível da concorrência”, uma vez que “as duas empresas não estão ativas nos mesmos mercados geográficos”, considerou o executivo comunitário.

No final de outubro do ano passado, a Cimpor — que era detida pela brasileira Camargo Corrêa — assinou um contrato com o OYAK para a venda de todos os ativos que compõem a Unidade de Negócio de Portugal e Cabo Verde da cimenteira. No início de dezembro, a OYAK notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) para que se pronunciasse sobre a operação, que precisava também da “luz verde” de Bruxelas.

A empresa vai continuar instalada em Portugal, e com negócios em África (Moçambique, Egito e África do Sul) e América Latina (Paraguai, Argentina e Brasil). Em 2017, a Cimpor registou um prejuízo 490,3 milhões de euros, o que representou uma redução face às perdas de 787,6 milhões de euros verificadas no ano anterior.

Bruxelas dá “luz verde” à aquisição total da Cimpor pelos turcos da OYAK