A esquadra da Polícia no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, foi atacada na madrugada desta terça-feira, às 03h15, com o arremesso de três cocktails molotov. Apesar de não haver feridos e de os polícias terem controlado o incêndio, houve danos materiais no edifício da esquadra e numa viatura civil. Antes disso já tinham ocorrido outros ataques, também com cocktails molotov no concelho de Odivelas. Segundo revelou a PSP em comunicado, ainda não foram identificados os suspeitos do ataque à esquadra e nada indicia “até ao momento” que estes atos de violência “estejam associados à manifestação ocorrida ontem no Terreiro do Paço“. Fonte da PSP admite ao Observador que está a ser investigada uma possível relação com os acontecimentos dos últimos dias.

Antes do ataque à esquadra a PSP revela que, pelas 21h40, foram incendiadas quatro viaturas também com recurso a cocktails molotov: duas em Odivelas e outras duas na Póvoa de Santo Adrião. Pouco depois, novamente com cocktails molotov, foram  “incendiados e destruídos 11 caixotes do lixo e danificadas, nesta sequência, cinco viaturas, na zona circundante ao Bairro da Cidade Nova”.

A PSP informa que “desenvolveu diligências e investigações que permitiram intercetar quatro suspeitos, tendo sido detido um indivíduo do sexo masculino, de 18 anos de idade, depois de reconhecimento por testemunhas como um dos autores do lançamento dos engenhos incendiários.”

Segundo o comunicado da polícia, continuam as investigações destas duas ocorrências, mas a PSP salienta que “o clima de segurança foi restabelecido” nestas zonas, tendo sido “reforçado o dispositivo policial nos locais, garantindo a tranquilidade e normalidade a todos os residentes“.

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PSP apedrejada em manifestação contra violência policial responde com tiros

O rastilho de toda esta situação poderá ter sido um caso de violência policial no Bairro da Jamaica, no Seixal, onde algumas agressões de agentes da PSP foram divulgadas num vídeo amador filmado por uma moradora e divulgado nas redes sociais. Segundo as autoridades, a intervenção tornou-se mais musculadas depois de um dos moradores ter atirado pedras aos agentes. Os residentes queixam-se de abuso policial desproporcionado, enquanto a direção nacional da PSP acredita ter sido dada a resposta adequada, embora tenha aberto um inquérito à situação.

Já depois deste caso, um grupo de cerca de 50 manifestantes organizou uma manifestação que começou no Terreiro do Paço, junto ao Ministério da Administração Interna, e terminou no Marquês de Pombal na tarde de segunda-feira. O protesto também acabou mal, com alguns manifestantes a atirarem pedras e petardos contra a PSP, que respondeu com tiros de balas de borracha. A ação acabou com quatro detidos e alguns polícia feridos.