Um grupo de cerca de 50 manifestantes terá arremessado pedras à PSP durante uma manifestação contra a violência policial que decorreu esta segunda-feira em Lisboa e que terminou, para já, com quatro detidos e alguns polícia feridos. A ação de protesto começou no Terreiro do Paço, junto ao Ministério da Administração Interna (MAI), e terminou no Marquês de Pombal. Terá sido no final que um grupo de manifestantes começou a arremessar pedras da calçada e petardos contra a PSP, obrigando a polícia a disparar.

Foram cerca de 200 manifestantes, segundo a SIC, que subiram pelas 17h00 a Avenida da Liberdade, mas um grupo de cerca de 50 começou logo no Terreiro do Paço “a causar alguma tensão”, como explicou ao Observador fonte oficial da PSP. A manifestação terá sido promovida por moradores do bairro Jamaica, no Seixal, que se queixam de violência policial e que mostram vídeos onde agentes policiais agridem várias pessoas. Terá mesmo sido lançado um petardo junto ao MAI. Mas a tensão foi sentida já no final da manifestação, pelas 18h30, quando a PSP tentava encaminhar os manifestantes no regresso à baixa lisboeta, descendo a Avenida da Liberdade.

O comissário Tiago Garcia explicou ao Observador que, por esta altura, um grupo de manifestantes começou a lançar “pedras da calçadas e petardos” contra a PSP. “Danificaram uma viatura policial junto à embaixada de Espanha e tivemos que fazer uma vaga de dispersão”, acrescentou outra fonte e provocaram ferimentos a alguns agentes policiais responsáveis por encaminharem os manifestantes.

Nessa manobra policial foi logo detido um suspeito e não foram confirmados os disparos pela PSP. Só agora, feito o balanço de quatro detidos, a PSP confirmou que houve necessidade de fazer disparos com balas de borracha para o ar. Uma confirmação que veio corroborar o que alguns manifestantes testemunharam. “Ainda não sabemos se há manifestantes feridos, mas polícias há”, garantiu o comissário.

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Uma das manifestantes contou à SIC como tudo aconteceu.

“Houve uma altura que queríamos passar na passadeira e não nos deixaram e começaram com o escudo que tinham nas mãos a empurrarem-nos”, disse uma das manifestantes à SIC, que justifica que a PSP lhes disse que estavam a impedir o trânsito. A rapariga admitiu que todos os manifestantes começaram a correr pela Avenida da Liberdade abaixo — como mostram as imagens já divulgadas — mas recusa que tivessem reagido à pedrada.

Segundo o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa, os manifestantes ao descerem a Avenida da Liberdade ocuparam as faixas centrais e impediram a circulação rodoviária. E que quando os elementos da PSP obrigaram os manifestantes a passar para o passeio, estes começaram a lançar pedras contra os agentes da autoridade e “pelo menos dois petardos”. Esta reação levou a “uma intervenção mais musculada da PSP”, obrigando os manifestantes a dispersarem, indicou a fonte, não adiantando para já se foram disparados tiros.