A greve desta sexta-feira dos auxiliares de ação médica “superou as expectativas”, segundo o sindicato do setor, com uma adesão total superior a 90% e com os principais hospitais nacionais a 100%.

“A greve superou as expectativas, na medida em que houve uma tentativa de, entendemos nós, violar o direito à greve por via de uma imposição de um tribunal arbitral com serviços mínimos em alguns casos com números de trabalhadores acima do que é um dia normal de trabalho”, disse à Lusa Sebastião Santana, coordenador para a saúde da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

O sindicalista sublinhou que “os trabalhadores responderam muitíssimo bem, não se deixaram intimidar e aderiram de uma forma expressiva à greve” de 24 horas. A presença na manifestação desta sexta-feira à tarde “também foi significativa e o abaixo-assinado contou com 7.300 assinaturas, o que demonstra muito bem a vontade dos trabalhadores”.

A estrutura sindical tem uma nova reunião negocial com a ministra da Saúde, Marta Temido, na segunda-feira de manhã. Dezenas de auxiliares de ação médica estiveram esta sexta-feira à tarde concentrados em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, a protestar pela “gritante injustiça” de não terem uma carreira específica.

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Os profissionais, que esta sexta-feira cumprem um dia de greve nacional, entregaram no Ministério da Saúde um abaixo-assinado a exigir a criação de uma carreira de técnico auxiliar de saúde, documento que conta com mais de sete mil assinaturas, segundo Sebastião Santana.

O coordenador nacional do setor da saúde da federação sindical disse que se trata de uma greve exclusiva dos cerca de 30 mil assistentes operacionais com funções de auxiliar de ação médica, porque o atual Governo, bem como os anteriores, “insiste na não valorização das funções dos auxiliares de ação médica”.

De acordo com o responsável, o atual Governo não está disponível para corrigir esta situação, lembrando que numa reunião, em 28 de dezembro, com a ministra da Saúde, Marta Temido, foi “dito claramente que não havia vontade de o executivo este ano proceder à criação da carreira de técnico auxiliar de saúde”.

Sebastião Santana apontou que, dez anos depois da extinção da carreira, era expectável a valorização dos conteúdos funcionais, formação contínua e valorização salarial. Auxiliares de ação médica que trabalham no Serviço Nacional de Saúde há 10 ou 20 anos recebem salários entre os 585 e os 609 euros e reclamam a criação de uma carreira específica.

Auxiliares a trabalhar no SNS há mais de 10 ou 20 anos têm salário que ronda os 600 euros