A intensa chuva que caiu na sexta-feira durante cinco horas seguidas na província angolana de Luanda inundou e destruiu parcialmente 711 habitações, deixando ainda dezenas de estradas inundadas, mas sem registo de vítimas, disse este sábado a Proteção Civil de Angola.

Segundo o comando provincial do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) angolano, as zonas mais afetadas pela chuva — com um registo de 22,21 milímetros por metro quadrado — foram o Nova Vida, com acentuada dificuldade na mobilidade rodoviária, Palanca, Cidade Universitária e Golfe (Kilamba Kiaxi).

Situação idêntica verificou-se nos bairros da Camuxiba, Sambizanga, Bairro Operário (município de Luanda), bairro Kawelele, Futungo de Belas (Belas) e algumas zonas do Cazenga.

Dois dos principais bairros da periferia de Luanda, Futungo de Belas e Kilamba Kiaxi, registaram 334 residências danificadas.

No balanço, em que esteve presente o novo governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, fez-se referência às dezenas de residências construídas junto das bacias de retenção Tio Jingongo e Tio Kimbundu, na iminência de desabamento, no município do Cazenga.

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Os responsáveis pelos bombeiros de Luanda, que lamentaram não possuir técnicos especializados para acudir toda a população afetada, afirmaram que a preocupação continua a ser a construção de residências nas linhas de água, junto das valas, e a respetiva limpeza, que têm causado inundações das vias e das próprias habitações.

Já os Serviços Comunitários do Governo Provincial de Luanda desassorearam em janeiro, como medida de prevenção, as valas de drenagem do Malueca, Olímpio Macuéria, Porto pesqueiro, Zango, Kifica e Cazenga Cariango.

A este propósito, o governador de Luanda salientou que os níveis dos estragos só não foram piores devido à intervenção feita em janeiro, com a limpeza de valas e sarjetas, recolha de resíduos sólidos e desobstrução em pontos de risco no interior dos bairros para melhorar os canais de escoamento das águas, bem como a vigilância epidemiológica.

No entanto, segundo os Serviços Comunitários, a dificuldade de circulação rodoviária em várias ruas e avenidas das zonas periféricas deveu-se ao transbordo das águas, a partir das bacias de contenção, bem como às grandes quantidades de lixo arrastadas pelas águas.

Entretanto, equipas dos bombeiros e de técnicos das administrações municipais e distritais continuam a trabalhar na limpeza e sucção das águas estagnadas nas ruas alagadas e instituições inundadas, com destaque para as escolas, centros e postos médicos, estando os principais eixos viários praticamente limpos, como observou na manhã deste sábado a Lusa.

Um representante do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET) disse na apresentação do balanço que a chuva que caiu em Luanda na sexta-feira foi “moderada”, prevendo que para a próxima semana possa ocorrer idêntico cenário, ou mesmo pior, com um eventual agravamento da intensidade.

Com mais de sete milhões de habitantes, fazem parte da província de Luanda os municípios de Luanda, Cazenga, Cacuaco, Viana, Belas, Icolo e Bengo e Quiçama.