O PS defendeu que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, deve tomar a iniciativa de demitir-se caso a comissão parlamentar sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) prove o seu envolvimento em gestão indevida.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo líder da bancada socialista, Carlos César, no final da reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia da República, em Lisboa, depois de questionado sobre o papel desempenhado por Carlos Costa enquanto administrador do banco público.

Se a ação do atual governador do Banco de Portugal, enquanto administrador da CGD, for tipificada como uma ação inadequada, pois, evidentemente, terá de tirar consequências dessa matéria. Caso se verifique que o governador do Banco de Portugal teve uma ação indevida, muito descuidada, enquanto administrador da CGD, não pode deixar de haver outra recomendação que não a sua saída do cargo”, declarou Carlos César.

Interrogado se Carlos Costa deve sair do cargo de governador do Banco de Portugal antes do final do mandato, em junho de 2020, o líder da bancada socialista destacou a importância das “indagações” que serão feitas pela comissão de inquérito parlamentar sobre a CGD até julho próximo, bem como a existência de outras investigações em curso.

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“Se ficar claro que há responsabilidades salientes do atual governador do Banco de Portugal, enquanto administrador da CGD, evidentemente que se têm que tirar conclusões definitivas sobre esse assunto”, insistiu Carlos César.

Carlos César referiu depois que se encontram em curso vários inquéritos: Um da CGD a pedido do Governo no sentido de apurar as responsabilidades civis dos ex-gestores e ex-administradores; outro inquérito do Ministério Público; “e outro, ainda, que se iniciará muito em breve, provavelmente na próxima semana, a cargo da comissão parlamentar já aprovada para esse efeito e que procurará concluir os seus trabalhos no mês de julho”.

“Temos este espaço para procurar indagar responsabilidades, apurar responsáveis e tudo o que se passou”, acrescentou.

PS pede negociação “serena” da ADSE com os privados mas exige defesa do interesse público

O PS apelou esta quinta-feira a uma negociação “serena” entre ADSE e grupos privados de saúde, visando a preservação deste esquema segurador dos funcionários públicos, mas salientou que o Governo deve ser “firme” em defesa do interesse público.

Estas posições foram transmitidas pelo líder parlamentar socialista, Carlos César, no final da reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS, depois de confrontado com a ameaça de os três maiores grupos de saúde privada do país romperem as convenções com a ADSE.

“Uma negociação serena pode e deve ser feita, o PS está empenhado na defesa deste esquema segurador da ADSE e entendemos que o Governo tem o dever de o preservar”, começou por reagir Carlos César.

A seguir a este esclarecimento sobre a posição de princípio da bancada do PS, Carlos César deixou outro recado, este dirigido aos grupos privados: “Entendemos também que o Governo deve usar da firmeza adequada em defesa do interesse público e do que está em causa em termos dos preços praticados”.

A regularização de faturas referentes a 2015 e 2016, em que a ADSE pede aos privados o pagamento de 38 milhões de euros, tem estado na base da contestação dos hospitais privados, havendo já três grandes grupos a ponderar cancelar convenções com o subsistema de saúde dos funcionários públicos.