Não estava previsto que Paulo Rangel, o cabeça de lista do PSD às europeias, subisse ao palco no encerramento da convenção do Conselho Estratégico Nacional. Mas subiu para, nas palavras do speaker, fazer uma “curta declaração”. Nas palavras de Rangel, não seria curta, seria “curtíssima”. Na verdade, só queria fazer um anúncio, ou, noutras palavras, dar um “mimo” à plateia que este sábado se reuniu em Santa Maria da Feira. E foi assim que anunciou o comissário europeu Carlos Moedas como o mandatário nacional para as eleições europeias.

“Este mimo europeu é alguém que representa o mais moderno, jovem e cosmopolita que o PSD tem”, disse, anunciando então o nome do atual comissário europeu para a Ciência e Inovação.

Carlos Moedas, que agradeceu a Paulo Rangel descrevendo-o como alguém “muito especial” e que “faz a diferença” no Parlamento Europeu, disse estar muito “feliz” com o papel que vai desempenhar enquanto mandatário nacional, e elogiou as características de Rui Rio que fazem dele alguém que “fala a verdade e que vive a política de maneira diferente”.

Moedas defendeu ainda que Portugal “não precisa de novos partidos”, uma vez que, no futuro, os partidos vão transformar-se em plataformas de ideias. “Não precisamos de novos partidos. Precisamos de ligar as pessoas aos partidos através do conhecimento”, sublinhou, uma semana depois de se ter realizado o primeiro congresso do partido Aliança, do ex-presidente do PPD/PSD Pedro Santana Lopes, que foi adversário de Rio nas diretas.

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Hoje, as pessoas não querem isso. Querem desenhar um futuro connosco. Já não chega dar informação aos cidadãos. A maioria tem o conhecimento do mundo inteiro à disposição no seu telemóvel”, disse Moedas.

Antes, contudo, Paulo Rangel não resistiu a lançar mais uma alfinetada ao PS, que à mesma hora está em Vila Nova de Gaia reunido numa convenção europeia. “Aqui bem perto há quem também esteja a fazer anúncios: a dizer que há comboios fantasma e há vacas que voam”, disse, numa referência ao ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, que vai ser o cabeça de lista do PS às europeias, e à ministra da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, que ficou célebre pelo episódio das “vacas que voam”, onde procurou dizer que o PS fazia o impossível.

O PSD não queria que a convenção do CEN fosse contaminada pelas europeias (e sobretudo pela disputa de lugares na lista), mas a campanha anda aí e Paulo Rangel não perdeu a oportunidade. “É bem caso para dizer que nós estamos aqui a trabalhar, e vivemos no mundo do CEN, eles estão a falar e vivem do mundo zen”.