O vice-presidente do Aliança Carlos Pinto foi esta quarta-feira suspenso de todas as funções no partido. A decisão surge depois de o ex-presidente da Câmara da Covilhã ter sido acusado de peculato, prevaricação e participação económica pelo Ministério Público.
O anúncio foi feito pelo próprio partido fundado por Pedro Santana Lopes, através de comunicado. “O dr. Carlos Pinto, em carta dirigida ao presidente do Aliança, dr. Pedro Santana Lopes, colocou à disposição as funções que exerce. A Comissão Executiva, reunida esta tarde, entendeu que a solução mais adequada é a suspensão das referidas funções até ao cabal esclarecimento da situação pelas entidades competentes”, lê-se na curta nota enviada às redações.
Na origem da acusação está a alegada construção ilegal de uma casa de família e o pagamento de pareceres jurídicos com dinheiro da autarquia.
A casa em questão fica situada junto ao Data Center da Covilhã, numa parcela de terreno menor que os cinco mil metros quadrados impostos por lei e, segundo noticiou a SIC no último fim-de-semana, desrespeita o plano diretor municipal. Como nasceu fora do espaço urbano e era de uso predominantemente agrícola — condicionantes que requerem avaliação externa –, foram necessários pareceres jurídicos junto de especialistas, algo que Carlos Pinto alegadamente fez utilizando cerca de 50 mil euros da autarquia que dirigia.
É com base nestes factos que o Departamento de Investigação Penal de Coimbra acusa o ex-autarca da Covilhã e ainda o Diretor do Departamento de Urbanismo, Jorge Galhardo, que ainda se mantém no mesmo cargo. A acusação foi deduzida poucos dias depois do congresso do primeiro congresso do Aliança, que se realizou entre os dias 9 e 10 de fevereiro em Évora.