Em 2009, a Samsung apresentou o primeiro smartphone da gama Galaxy. Agora, 10 anos depois, esteve em São Francisco, na Califórnia, a apresentar os novos Galaxy S10 no evento anual em que anuncia os novos produtos. Além desta gama de smartphones, a empresa sul-coreana apresentou o primeiro telemóvel com ecrã dobrável da marca, o Galaxy Fold, que vai custar cerca de 2.000 euros. O Observador esteve no evento e deixamos aqui o resumo dos cinco principais lançamentos (Os Galaxy Fold, os S10, o S10 5G, os Galaxy Buds e os wearables — tecnologia vestível — de pulso).
O evento começou às 11h00 locais (19h00 de Lisboa), no Bill Graham Civic Auditorium. O espaço escolhido foi uma afirmação da marca, por ser onde Steve Jobs, fundador de uma das principais empresas concorrentes, a Apple, apresentou o computador Apple II e modelos dos iPhone. Numa altura em que a Apple começa a descer o número de vendas e outros concorrentes fazem frente à marca sul-coreana, como a Huawei, a Samsung apresentou não um, mas sim três novos modelos da gama S10, os seus smartphone topo de gama, além deste novo telemóvel com ecrã dobrável.
Galaxy Fold, o smartphone com ecrã dobrável da Samsung que vai custar 2.000 mil euros
O Galaxy Fold era a grande surpresa para este evento. É o aparelho “para uma nova gama de smartphones”. Dobrado, tem um ecrã de 4,6 polegadas, mas aberto tem 7,4 polegadas. Vai ser o segundo smartphone a chegar ao mercado com um ecrã que se dobra, depois da Royole ter apresentado o Flexpai em 2018. Com mais espaço para o ecrã, este telemóvel vai permitir ter abertas até três aplicações ao mesmo tempo no mesmo visor.
[Veja na fotogaleria as imagens do novo Galaxy Fold apresentado esta quarta-feira]
“Hoje, marca-se um início de um novo tempo. Da próxima década dos Galaxy”, disse Dj Koh, presidente executivo da Samsung, no palco do Bill Graham Civic Auditorium. Este smartphone tem 12Gb de memória RAM e seis câmaras: três traseiras, uma no ecrã dobrado, e duas no ecrã desdobrado. O Fold vai chegar às lojas a 26 de abril deste ano. O processador de 7nm e a dupla bateria fazem a Samsung prometer que vai ser o Galaxy mais rápido e eficiente de sempre.
No auditório do evento, que teve cerca de mil e quinhentas pessoas presentes, além de palmas, ouviu-se também espanto e desilusão com esta revelação. Quando foi apresentado o preço de 1.928 dólares como base do Fold (dois mil euros na Europa), entre risos e “ohhh”, foi fácil perceber que a Samsung está a tentar chegar a um mercado a que nunca nenhuma marca de smartphones ainda tentou chegar.
Galaxy S10, três telemóveis para continuar a concorrer com a Apple e a Huawei
Várias fugas de informação na última semana revelaram que a Samsung vai continuar a apostar no “ecrã infinito” de canto a canto, sem botões no visor, e vai abdicar no entalhe no topo do ecrã para ter apenas um furo para a câmara frontal. Além destas novidades, os novos equipamentos vêm equipados com os ecrãs AMOLED, uma tecnologia patenteada pela marca (e utilizada pela Apple, por exemplo), que oferece as imagens mais nítidas em smartphones.
Esta quarta-feira, a Samsung revelou não um, mas sim três novos modelos dos S10: o S10e, o modelo de entrada, o S10 e o S10+. Estes são os primeiros smartphones da sul-coreana que tem um ecrã completo com apenas um furo para a câmara frontal para o mercado mundial (em 2018 a Samsung lançou um A8 já com este design, mas só na China). O preço do modelo mais barato vai ser de 779 euros (S10e de 128 GB) e chegam ao mercado já a 8 março.
[Veja as imagens dos novos S10 da apresentação pré-evento que a Samsung fez a jornalistas. Aqui também pode ver todas as especificações]
As principais novidades nestes modelos são as melhorias feitas nas câmaras fotográficas. Depois de a concorrência ter ultrapassado a Samsung, a marca adicionou na gama S10 uma lente “Ultra Wide”, que permite tirar fotografias até 123º de amplitude. Além disso, o S10 e o S10+ têm também um sensor de impressões digitais embutido no ecrã, como a Huawei apresentou com a série Mate 20. Contudo, mesmo com novidades, a Samsung continua a manter a entrada para auriculares tradicionais, algo que as outras marcas têm retirado nos modelos mais recentes.
O S10e é o modelo equivalente da Samsung ao iPhone Xr. Ao contrário dos outros S10, não tem ecrã com cantos curvos e em vez de ter um sensor de impressões digitais no ecrã tem no rebordo do equipamento.
O foco no vídeo também está no software. No evento, a Samsung revelou que o editor de vídeo Adobe Premiere Rush vai estar disponível para estes equipamentos.
Dos três novos modelos, o que mais se destaca é o S10+. Apesar de o S10e e o S10 terem o mesmo processador, o modelo “+” tem mais bateria, um ecrã maior e dupla câmara frontal. Contudo, por isso, é o mais caro e vai chegar a custar até mais de 1600 euros (versão de 1Tb de memória interna com 12Gb de RAM).
[Já estivemos a mexer nos novos S10. Veja o vídeo]
Estando em São Francisco, a Samsung aproveitou para levar a palco Adam Mosseri, o presidente executivo da Instagram. O motivo? A câmara dos Galaxy vai ter ligação direta com esta rede social detida pelo Facebook. Ou seja, basta abrir a aplicação nativa dos smartphone para fazer partilha de fotografias.
A seguir a concorrência, a Samsung anunciou também que estes modelos S10 podem carregar outros equipamento apenas encostando a traseira destes smartphones a outros telemóveis, com carregamento sem fios por indução.
Chegou um telemóvel 5G antes das infraestruturas estarem acabadas
Com os S10, a Samsung anunciou também um modelo 5G que não vai estar disponível em Portugal. Esta nova tecnologia de rede vai arrancar em março e vai permitir acesso à Internet de forma muito mais rápida e fiável do que é possível atualmente com o 4G.
Desta forma, a empresa destacou-se antes do Mobile World Congress como a marca que vai lançar o primeiro telemóvel que pode aceder a estas novas velocidades. Contudo, até estas infraestruturas estarem em quase todo o mundo, ainda vão ser precisos alguns anos, dizem analistas.
Uns novos auriculares sem fios para combater os Airpods
Neste evento, a Samsung apresentou também outros produtos conectáveis aos smartphone da marca. Os Galaxy Buds, os novos auriculares sem fios da Samsung, são uma evolução dos Gear Icon X. Têm redução de ruído, mais bateria, são 30% mais leves e permitem ouvir o som de vídeos em simultâneo (os Gear Icon X tinham atraso no som).
A aposta neste novo equipamento está também no carregamento sem fios. Contudo, a aposta da empresa sul-coreana continua na Bixby, a assistente digital da Samsung que tem tido muita dificuldade em concorrer com a Alexa, da Amazon, e a Google Assistant.
[Veja as imagens dos novos wearables da Samsung apresentados esta quarta-feira]
Uma pulseira e um relógio inteligente virados para o desporto
Além dos novos auriculares, a Samsung apresentou um novo modelo do Galaxy Watch Active, um smartwatch, e o Galaxy Fit, uma smartband. Os dois wearables — tecnologia que se veste — são focados no desportos e substituem outros equipamentos da marca com o smartwatch Gear Sport. No smartwatch, a Samsung retirou o círculo de controlo em redor do smartwatch para o menu, mas acrescentou mais bateria e tornou-o mais leve do que o Galaxy Watch.
Ao contrário dos últimos anos, em que a Samsung juntou o evento de lançamento de novos smartphones da gama Galaxy ao Mobile World Congress, a empresa quis destacar-se do local fazendo um evento nos Estados Unidos e não em Espanha. Contudo, é aqui que a Samsung dá o tiro de partida para duas semanas que prometem muitas novidades para a indústria mobile.
Em agosto, a Samsung apresentou o Galaxy Note 9, num evento em Nova Iorque que também teve novos smartwatches Galaxy e uma coluna inteligente.
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*O Observador viajou até São Francisco para acompanhar o evento Unpacked a convite da Samsung