Adrian McManus foi empregada da mansão que o cantor comprou em 1988 e à qual chamou Neverland, ou Terra do Nunca, em português, inspirada na história do Peter Pan, e terá visto a estrela da Pop a “beijar” e a “acariciar” jovens rapazes, descreveu a antiga funcionária, citada pelo jornal espanhol ABC.
Michael Jackson abria, muitas vezes, a casa para as crianças o visitarem. Recentemente, Adrian contou ao Daily Mail que a relação entre o artista e as crianças era ”muito estranha de observar”. “Elas lutavam pelo amor do Michael’. ‘Disseram-me que se falasse disto na televisão contratavam um assassino para me sequestrar, cortar o meu pescoço e esconder o meu corpo”, confessou ainda McManus, admitindo que só agora abordou o assunto porque à época prevalecia um ”clima de medo e intimidação”. ”Ele era um manipulador e eu tinha medo. Eu não podia fazer perguntas”.
Alegadamente, a ex-empregada chegou a encontrar roupa interior de Michael Jackson e das crianças junto ao jacuzzi, vaselina e tampões junto à cama do cantor, livros e cassetes VHS com conteúdos ”íntimos”. A mulher conta ainda um episódio em que o cantor norte-americano lhe pediu para decorar o quarto com fotografias de bebés despidos. ”Ele era um pedófilo”, resume.
A antiga funcionária da Neverland vai estar no programa ”60 Minutes”, da CBS, no dia 24 de fevereiro para dar mais detalhes sobre aquilo que viu enquanto trabalhava na mansão.
O documentário que acusa Michael Jackson de abuso sexual de crianças e pode custar 100 milhões de dólares ao canal HBO
O documentário ”Leaving Neverland” estreou no mês passado no Sundance Film Festival, nos Estados Unidos da América. Nele, aparecem dois homens, Wade Robson e James Safechuk, a contar que quando eram crianças foram vítimas de abuso sexual por parte de Michael Jackson quando visitaram Neverland, a mansão do cantor.
Adrian McManus disse ao Daily Mail que não ficou chocada com as revelações feitas por Robsor e Safechuck, que foram convidados recorrentes na mansão durante anos.
Os responsáveis pelo património de Michael Jackson apresentaram uma queixa de 53 páginas contra o documentário. ”É uma maratona unilateral de propaganda para explorar descaradamente um homem inocente que não está mais aqui para se defender”, consta no documento, citado pelo The Guardian.
Aliás, segundo os responsáveis pela herança do cantor, o HBO está a violar uma cláusula de um contrato de 1992: depois de o canal ter lançado o DVD ”Michael Jackson in Concert in Bucharest: The Dangerous Tour”, não poderia fazer trabalhos semelhantes no futuro, o que não aconteceu, e pode resultar numa multa de 100 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros).
Num comunicado citado pelo The Guardian, o HBO respondeu ao processo e garante que o documentário, que vai ter duas partes, ”vai avançar e sair nos dias 3 e 4 de Março” e que ”vai permitir que toda a gente avalie o filme e tire as próprias conclusões”.