Charlie Whiting, diretor de corrida da Fórmula 1 desde 1997, morreu na madrugada desta quinta-feira, aos 66 anos. O britânico sofreu uma embolia pulmonar três dias antes do início da temporada de Fórmula 1, que arranca já no próximo domingo com o Grande Prémio da Austrália.
We are filled with immense shock and sadness at the news of Charlie Whiting's passing.
He will be remembered as a giant of the sport, as well as a dear friend to so many.
Our deepest sympathies and thoughts are with his friends and family.https://t.co/36pAcjjZOy
— Formula 1 (@F1) March 14, 2019
A notícia foi avançada pela FIA, que destaca a “longa carreira” de Charlie Whiting no desporto motorizado. Nascido em Kent, no Reino Unido, começou por preparar carros de ralis e acabou por integrar, em conjunto com o irmão Nick, a equipa Divina Galica na British F5000 Series de 1976. No ano seguinte, juntou-se à Hesketh F1 e depois à Brabham de Bernie Ecclestone, onde permaneceu durante uma década e acabou por chegar a diretor do departamento de mecânica. Em 1981 e 1983, quando o brasileiro Nelson Piquet se sagrou campeão mundial de F1 ao serviço da Brabham, Charlie Whiting era já diretor do departamento de engenharia.
Whiting juntou-se à FIA em 1988, primeiro como delegado técnico, e depois enquanto diretor de corrida a partir de 1997: as suas principais funções passavam por gerir a logística de cada Grande Prémio, inspecionar cada veículo antes da partida, garantir que todas as regras da FIA estavam a ser cumpridas e ainda controlar as luzes dos semáforos que ditam o início da corrida. Ao longo de 21 anos enquanto principal responsável por cada etapa do Mundial de F1, Whiting foi também um dos grandes impulsionadores do halo, o aro de segurança que está agora presente em todos os monolugares e que tem como objetivo evitar eventuais impactos na cabeça dos pilotos, e também do encosto para a cabeça, que apoia o pescoço e diminui o risco de lesões na cervical.
A morte inesperada de Charlie Whiting chocou o mundo da Fórmula 1, incluindo diretores e pilotos que trabalham diariamente e diretamente com o diretor de corrida. Jean Todt, presidente da FIA, foi um dos primeiros a reagir e afirmou que Whiting “era um figura central e inimitável que encarnava a ética e o espírito do desporto motorizado”. Também Max Verstappen, jovem piloto da Red Bull, garantiu que “a F1 não será a mesma” sem Charlie Whiting e Lewis Hamilton, que já leva cinco títulos mundiais, disse estar “incrivelmente chocado”.
It is with immense sadness that I learned of Charlie Whiting’s passing. He was a central & inimitable figure who embodied the ethics & spirit of motor sport. @F1 has lost a faithful friend & a charismatic ambassador. All my thoughts & those of @FIA go out to his family & friends pic.twitter.com/RhCR1M5rJL
— Jean Todt (@JeanTodt) March 14, 2019
Very sad and shocked to hear Charlie passed away. Thank you for always looking out for us, F1 will not be the same without you. RIP Charlie ???????? pic.twitter.com/EzD6q0xmPu
— Max Verstappen (@Max33Verstappen) March 14, 2019
"I'm incredibly shocked… he contributed so much to us"#AusGP ???????? #F1 pic.twitter.com/icNOruHgze
— Formula 1 (@F1) March 14, 2019
Entretanto, a FIA já anunciou que será o australiano Michael Masi, um dos braços direitos de Charlie Whiting, a assumir a posição de diretor de corrida. Masi já desempenhava a mesma função na Fórmula 2 e na Fórmula 3 e sobe agora ao principal escalão da modalidade.