De acordo com a Jato Dynamics, embora haja uma crescente procura de automóveis mais amigos do ambiente, as vendas de veículos eléctricos alimentados a bateria (BEV) destacam-se pela negativa, no que ao cliente diz respeito. Isto porque comparando valores de comercialização, os modelos mais populares, entre os que se movem exclusivamente a electricidade, são até 51% mais caros do que os seus rivais equipados com motor a combustão interna (ICE, na sigla em inglês).

“Na Europa, um Renault Zoe é 51% mais caro que alguns dos seus principais rivais propulsionados por um motor convencional”, aponta a Jato, realçando que o preço mais elevado constitui “um óbvio obstáculo à procura”. Mas se essa é a realidade entre os utilitários do segmento B, no patamar acima continua a existir um fosso que separa modelos como o Nissan Leaf ou o Volkswagen e-Golf dos seus principais adversários – aqueles que atestam, em vez de recarregar. Nesse segmento (C), a diferença cai para até 34%.

Muda-se de continente, mas a realidade mantém-se. Ainda de acordo com a Jato, no mercado norte-americano, o segmento premium também pende para o lado dos ICE, cujos preços são mais atractivos do que os exigidos por eléctricos como o Tesla Model 3 e Model S, os quais custam respectivamente até mais do que 21% e 48% do que os seus rivais a gasolina.

É justamente para atenuar esta diferença de preços face aos motores a combustão que os BEV são alvo de incentivos, com as ajudas a variarem de país para país. Contudo, esse apoio tenderá a diminuir (até desaparecer), à medida que forem sendo introduzidos eléctricos de nova geração e a tecnologia das baterias for, também ela, melhorando de eficiência enquanto baixa em custo. Recorde-se, a propósito, a promessa da Volkswagen de vir a comercializar o I.D. por um valor equivalente ao Golf diesel.

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