O selecionador de futebol do Brasil, Tite, assumiu hoje a fase de “renovação” da ”canarinha”, na qual os portistas Éder Militão e Alex Telles têm a oportunidade de conquistar um espaço para a próxima Copa América.
“Na sua titularidade (sábado frente ao Panamá) tem peso o local (Estádio do Dragão) do jogo. Terem uma oportunidade onde estão habituados, ambientados”, justificou Tite, referindo-se ao primeiro dos dois particulares do Brasil, que na terça-feira defronta a República Checa em Praga.
As seleções defrontam-se no sábado, às 17:00, no Estádio do Dragão, em particular que será arbitrado pelo português João Pinheiro e que deverá marcar a estreia de Alex Telles na seleção, tornando-se no 60.º atleta utilizado por Tite em 33 desafios.
“O momento agora é dar tranquilidade ao Alex Telles, confiança, que jogue muito. E ao Militão naturalidade para jogar o seu melhor futebol”, reforçou.
A timidez de Éder Militão, que por 50 milhões de euros vai competir na próxima época no real Madrid, foi desvalorizada, com o técnico a destacar a sua capacidade de se adaptar a diversos desafios, apesar da sua juventude.
“Realmente o Militão é fechado, mas já deu muito para notar diferença de uma convocatória para a outra. Está mais solto. Em campo, em pouco tempo, foi lateral-direito, jogou com dois defesas, com três, do lado esquerdo e sábado na direita. Domina fácil, solta-se dentro de campo…”, elogiou.
Uma das formas de adaptar mais rapidamente os jogadores à seleção é “valorizar a relação no ambiente interno”, pelo que no tempo em que o grupo está junto tem havido “muitas conversas (…) para que cada um abra o seu coração e conte a sua história”.
O selecionador referiu-se ainda ao guarda-redes Ederson, ex-Benfica, que vai jogar “num lugar onde já foi adversário”, e do qual espera “concentração” e que “coloque pressão nos outros atletas para que o nível da seleção se eleve”.
Nesta fase de testes, e na qual o Brasil joga sem o seu capitão, Neymar, a recuperar de lesão, Tite assume que tem de “reinventar a realidade”, revelando que tem feito “descobertas desafiadoras” neste processo de tornar o Brasil a seleção que pretende.
Uma das suas preocupações é “familiarizar o jogador com a realidade que tem no clube”, dando o exemplo do trio de médios, que alinham no mesmo sistema nas diferentes equipas que representam.
O técnico está empenhado em “melhorar a criatividade” a meio-campo, recuperar a “média de 2,2 golos por jogo, ter 60 por cento de posse de bola”, considerando este é o “perfil” do Brasil que pretende.
“É o modelo que gostamos para jogar. Retomar esse padrão de criatividade, o número de golos, sem perder consistência… nos últimos 32 jogos, em 25 não sofremos golos. Telles, Militão, Miranda, Ederson têm um legado para serem consistentes. Dentro dos números, desafiar e acrescentar”, resumiu.
Na terça-feira a ”canarinha” visita a República Checa em novo teste para a Copa América, que o Brasil organiza de 14 de junho a 7 de julho.