Os problemas de lotação dos canis municipais são antigos mas a lei que proíbe o abate de animais saudáveis, que entrou em vigor há seis meses, pode ter contribuído para agravar o problema de sobrelotação destes espaços, avança o Jornal de Notícias. O canil de Ponte de Lima, por exemplo, terá atualmente 110 pedidos de recolha em lista de espera. Também segundo o JN, há problemas de sobrelotação pelo menos em canis de Ílhavo, Guimarães, Leiria, Palmela, Coimbra, Setúbal, Matosinhos e Marinha Grande.
Em Guimarães, as queixas são muitas: “Não há onde pôr os cães abandonados retirados da rua e há lista de espera para quem os quer encontrar. A situação está assim há mais de um ano, mesmo antes da lei que proíbe o abate ter entrado em vigor. Contudo, a proibição agravou o problema”, lamenta fonte do canil. Ouvido pelo Jornal de Notícias, o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid Gonçalves, também criticou a falta de medidas de prevenção e combate ao abandono de animais saudáveis antes de se decretar a proibição de abate.
Antes de proibir o abate de animais, deviam ter-se tomado medidas de prevenção do abandono de animais. Neste sentido nada se fez”, referiu o bastonário.
Em Vizela já foi iniciada a construção de um canil, devido à sobrelotação do canil de Guimarães, refere o JN. Também a este órgão, fonte do canil vimaranense afirmou que existe “um problema de saúde pública e de segurança dos cidadãos”. O mesmo disse fonte da autarquia de Setúbal: “Existe um aumento do número de animais errantes no município” e isso pode “colocar em causa a saúde pública e/ou a segurança de outras pessoas ou animais”.
Em Trás-os-Montes também há “um aumento do número de animais errantes”, referiu fonte de um canil que serve seis concelhos da região. O presidente da Associação Nacional de Veterinários confirmou, igualmente ao JN, que o problema é nacional: “Há aumento de animais de rua e reclamações por causa de matilhas. Todos os municípios estão com imensas dificuldades em recolher animais”.