A cantora norte-americana de 74 anos Diana Ross, que foi muito próxima de Michael Jackson quando este era vivo — gravou duetos com ele, cantou canções suas e foi uma das artistas mais próximas do autor de “Thriller”, tendo-o conhecido quando ele ainda era menor de idade — veio em sua defesa este domingo. Numa publicação na rede social Twitter, a antiga vocalista dos Supremes e figura de referência da soul norte-americana escreveu:

Isto é o que o meu coração está a dizer-me esta manhã. Acredito e confio que o Michael Jackson era e é um força incrível e magnífica para mim e para muitos outros. STOP IN THE NAME OF LOVE.”

A última expressão, que em português significa “parem, em nome do amor”, faz referência a uma antiga canção dos Supremes com o mesmo título. Nos comentários ao tweet, os utilizadores dividem-se entre o apoio e as críticas a Diana Ross, que foi até incluída no testamento de Michael Jackson como guardiã legal dos seus três filhos em caso de morte de Michael e da sua mãe Katherine.

Michael Jackson numa ponta, Diana Ross na outra. Ao centro, o então presidente norte-americano Bill Clinton (@ CHRIS WILKINS/AFP/Getty Images)

O cantor que era também chamado de “rei da pop” foi o principal alvo de um documentário recente da produtora HBO chamado “Leaving Neverland”. No filme, que está dividido em dois capítulos, o cantor é acusado de ter abusado sexualmente de dois rapazes, James Safechuck e Wade Robson. As acusações são feitas pelos próprios e pelas suas famílias.

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Há 26 anos, Michael Jackson, que morreu em 2009, tinha sido acusado de ter abusado sexualmente de um outro rapaz, “Jordy” Chandler. O caso, que motivou muita polémica e debate, acabou por ser resolvido com um acordo extrajudicial. A família de Chandler retirou as acusações e Michael Jackson pagou uma soma que rondou os 23 milhões de dólares (cerca de 20 milhões de euros) ao rapaz, aos pais e ao advogado que defendeu a família do queixoso no processo.

A família de Michael Jackson e os gestores do seu património disputam a versão do documentário e das alegadas vítimas, chamando ao documentário “linchamento público” e desacreditando as alegadas vítimas, que acusam de querer obter “fama e dinheiro” com acusações para as quais não têm provas tangíveis.

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Além de Diana Ross, também a cantora e atriz Barbra Streisand comentou de forma polémica o tema. Ao contrário da antiga vocalista dos Supremes, a cantora nova-iorquina de 76 anos acredita na versão das duas alegadas vítimas mas desvalorizou o impacto das acusações, dizendo que Wade Robson e James Safechuck “são casados, têm filhos, portanto foi algo que não os matou” e que “as necessidades sexuais dele [Michael Jackson] eram as que eram” e resultavam de “seja qual for a infância que teve, ou seja qual for o ADN que tinha”.

Barba Streisand já lamentou “profundamente qualquer dor ou mal entendido” que possa ter causado por não ter tido “mais cuidado” com as palavras que usou. A cantora garantiu não ter tido a intenção de “diminuir de algum forma o trauma que estes rapazes viveram” e acrescentou: “Como todos os sobreviventes de ataques sexuais, vão ter de carregar isto para o resto das suas vidas. Sinto um remorso profundo e espero que o James [Safechuck] e o Wade [Robson] saibam que os respeito e admiro verdadeiramente por terem apresentado a sua verdade. Para ser clara como água, não há nenhuma situação ou circunstância em que seja aceitável alguém aproveitar-se da inocência das crianças”, referiu.

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A música do cantor norte-americano tem vindo a ser alvo de boicote por parte de algumas rádios internacionais, na sequência das acusações recentes de que foi alvo.