As infeções por dengue no Brasil mais que triplicaram, entre janeiro e a primeira quinzena de março, face ao mesmo período do ano passado, alcançando os 229.064 registos, anunciou o Ministério da Saúde brasileiro.

De acordo com o boletim epidemiológico sobre o dengue, elaborado pelo Governo brasileiro, além desta subida de 224% do número de infeções, houve também um aumento de mortes causadas por esta doença (mais 67%), passando de 37 casos entre 30 de dezembro de 2017 e 15 de março do ano passado para 62 casos de morte no mesmo período de 2019.

A incidência atual da doença é de 109,9 casos de dengue para cada 100 mil habitantes, um indicador que ainda não classifica a situação como uma epidemia.

Apesar do aumento no número de infecções em comparação com 2018, o número de casos neste ano ainda é muito inferior aos 857.344 casos registados no primeiro trimestre de 2016, quando houve uma epidemia de dengue no Brasil.

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O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, reforçou, num comunicado divulgado na página do Ministério da Saúde brasileiro, que a melhor forma de evitar o agravamento e as mortes por dengue é através de diagnóstico e tratamento oportunos.

“O Brasil vem de dois anos seguidos com baixa ocorrência de dengue, portanto é necessário que os profissionais de saúde estejam atentos a esse aumento de casos”, disse o secretário.

“É preciso que eles estejam mais sensíveis e atentos para a dengue na hora de fazer o diagnóstico. Quanto mais cedo o paciente for diagnosticado e der início ao tratamento, menor o risco de agravamento da doença e de evoluir para óbito “, acrescentou.

O responsável acrescentou que um dos fatores para o aumento de casos neste ano é a disseminação da variação do tipo 2 do vírus da dengue, contra o qual a maioria da população não está imune.

Até ao ano passado, os tipos de dengue 1 e 3 eram os mais prevalecentes no Brasil, o que permitia que a maioria dos infectados desenvolvesse uma imunização contra eles.

Casos de infecções por dengue, chikungunya e Zika, doenças que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, geralmente aumentam no início do ano, uma vez que o calor e as chuvas do verão no hemisfério sul facilitam a disseminação dos vetores.

O Governo brasileiro também informou que em 2019, até 02 de março, foram registados 2.062 casos de Zika, com incidência de 1,0 caso para cada 100 mil habitantes. Em 2018, no mesmo período, foram registados 1.908 casos prováveis da infecção.

O boletim epidemiológico informou ainda de janeiro até 16 de março houve o registo de 12.942 casos de chikungunya no Brasil, com uma incidência de 6,2 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2018, foram 23.484 casos – uma redução de 44%.