Um grupo de cidadãos da Aldeia de Paio Pires, no Seixal, vai contratar uma empresa para medir a qualidade do ar na zona, noticiou o Diário de Notícias. O objetivo dos moradores é demonstrar que a Siderurgia Nacional é responsável pelas poeiras negras e brancas que cobrem as superfícies da localidade, como carros, vidros e para peitos.

Os Contaminados da Aldeia de Paio Pires, por enquanto um grupo informal, vai constituir-se como uma associação e entregar nos tribunais uma ação cível contra a empresa. Mas para poder demonstrar que as emissões da siderurgia são um risco para a saúde, o grupo de cidadãos precisa de dados que o provem, já que a empresa Megasa garantiu que cumpre todos os requisitos ambientais. Ao Diário de Notícias a empresa disse que já investiu 400 milhões de euros na modernização da fábrica e tem em execução até 2020 um plano para aplicar mais 80 milhões de euros em instalações relacionadas com o ambiente.

Siderurgia Nacional garante que cumpre todos os requisitos ambientais

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Um dos episódios mais significativos e mais recente aconteceu em janeiro. Nessa altura, a GNR recebeu mais de 30 queixas e recolheu amostras do pó. Esta situação motivou a abertura de um inquérito pelo Ministério Público. Os moradores dizem que a Siderurgia Nacional é responsável, mas a Procuradoria-Geral da República disse ao Diário de Notícias que a investigação ainda estava a decorrer e que não havia arguidos constituídos.

Os Contaminados da Aldeia de Paio Pires também já apresentaram uma queixa à União Europeia, pedindo que sejam analisados com a máxima urgência os impactos da poluição atmosférica e sonora alegadamente provocados pela Siderurgia Nacional.

DGS garante avaliação de risco e esclarecimento da população junto à Siderurgia

Além do trabalho desenvolvido pela equipa do Instituto Superior Técnico, a Câmara Municipal do Seixal também pediu um estudo epidemiológico à Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa. O estudo está a ser realizado em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, teve início a 10 de setembro de 2018 e terá uma duração de 7 meses. A equipa do Centro Tecnológico Nuclear, do Instituto Superior Técnico, também recolheu poeiras que enviou para o Instituto de Investigação Nuclear, da Academia de Ciências Húngara.