Aga Khan, o 49.º Íman hereditário e líder espiritual dos muçulmanos xiitas ismaelitas, é o mais recente cidadão português. O anúncio foi feito pelo Presidente da República durante a cerimónia de encerramento dos Prémios Aga Khan para a Música, que decorreu em Lisboa este domingo. A atribuição da cidadania portuguesa foi aprovada pelo governo há duas semanas, mas só agora anunciada por Marcelo Rebelo de Sousa, e como reconhecimento pelas ações desenvolvidas pelo Príncipe em prol da República Portuguesa. “Estou muito orgulhoso em tê-lo como ciddão português, sendo ao mesmo tempo um cidadão do mundo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo Rebelo de Sousa ao lado de Aga Khan na cerimónia de encerramento dos Prémios Aga Khan para a Música este domingo, em Lisboa

O relacionamento entre Portugal e Aga Khan desenvolveu-se de forma mais intensa a partir de 2015, depois de ter sido assinado o acordo bilateral que consagra que a sede mundial do Imamat Isamili, instituição liderada pelo Príncipe Aga Khan, ficará em Lisboa. Para instalar a sede, Aga Khan comprou à Universidade Nova de Lisboa o Palácio Henrique Mendonça — um edifício do início do século XX, classificado como imóvel de interesse público desde 1982. Depois das obras de reabilitação, vai acolher o gabinete do líder da comunidade, mas também a estrutura responsável pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, em particular a Fundação Aga Khan.

A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento começou a atividade em Portugal em 1983, através da Fundação Aga Khan Portugal, e é desde esse ano que o Imã tem um representante diplomático no país. A presença reforçou-se a partir de 2015 e tem sido visível na componente solidária da Instituição, desde a ajuda às vítimas dos incêndios de Pedrogão, à doação de obras de arte.

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Recentemente, Lisboa foi o palco escolhido para a cerimónia de encerramento das celebrações do jubileu de diamante de Aga Khan.

A fé, a fortuna e o poder de Aga Khan e dos ismaelitas que vão ter sede em Lisboa

A cerimónia de encerramento dos Prémios Aga Khan para a Música , no valor de 500 mil dólares, teve lugar na Fundação Gulbenkian. A cerimónia encerrou com um espetáculo final que reuniu nove vencedores, de seis categorias e oriundos de 13 países da Ásia, África, Médio Oriente, Europa e América do Norte. O egípcio Mustafa Said foi o grande vencedor na categoria de desempenho desta primeira edição dos prémios criados pelo Principe Aga Khan com o objetivo de promover a criação artística e musical de raízes islâmicas.

Espetáculo de encerramento dos Prémios Aga Khan para a Música, que decorreu este domingo em Lisboa