O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola manteve a Taxa BNA em 15,75% e a de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 0%, indica esta segunda-feira um comunicado do banco central angolano.

No documento, relacionado com a reunião do CPM de sexta-feira, o BNA adianta que os coeficientes das Reservas Obrigatórias em moeda nacional também se mantém em 17% e 15% em moeda estrangeira, tendo em conta a análise dos fatores determinantes da taxa de inflação, que indica que a mesma deverá manter a tendência observada nos últimos meses, bem como a perspetiva de evolução positiva do setor real.

Em fevereiro de 2019, o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) apresentou uma variação mensal de 1,04%, inferior à registada no mês anterior (1,14%) e uma variação homóloga de 17,96%, igualmente inferior à observada no período anterior (18,22%).

Entre janeiro e fevereiro, no mercado monetário interbancário foi transacionado um fluxo total de 261,19 mil milhões de kwanzas (730 milhões de euros), representando um aumento de 192,29 mil milhões de kwanzas (537,1 milhões de euros), mais 279,09% face ao período anterior.

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Segundo o BNA, a LUIBOR, na maturidade overnight, situou-se em 15,75%, o que representou uma diminuição de 1 ponto percentual face ao início do ano.

O agregado monetário M2 em moeda nacional, que congrega a totalidade dos depósitos bancários em moeda nacional e as notas e moedas em poder do público, registou uma variação positiva 75,11 mil milhões kwanzas (201 milhões de euros) em relação ao nível observado em janeiro de 2019, tendo passado de 4,42 biliões de kwanzas (12,34 mil milhões de euros) para 4,49 biliões de kwanzas (12,54 mil milhões de euros) em fevereiro de 2019, o que corresponde a um aumento de 1,7%.

Nos últimos 12 meses, este indicador variou positivamente em 1,04%.

Segundo o comunicado, o stock do crédito em moeda nacional registou uma contração mensal de 0,11%, face à expansão de 0,40% no mês de janeiro. Nos últimos 12 meses, decresceu em torno dos 2,41%.

Considerando que os setores de comércio, atividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas continuam a ser os que mais beneficiam da concessão de crédito, o CPM defendeu que devem ser adotadas medidas que propiciem o aumento do crédito ao setor primário, sobretudo na produção de bens que compõem a cesta básica.

Nos dois primeiros meses de 2019, o BNA vendeu ao mercado um montante total de 1.425,17 milhões de dólares (1.240 milhões de euros) através dos bancos comerciais, contra 2.185,10 milhões de dólares (1.900 milhões de euros) nos últimos dois meses de 2018.

Comparado ao período homólogo, no qual foram vendidos 1.831,49 milhões de dólares (1.592 milhões de euros), houve uma diminuição de 22,18%.

Em janeiro, a conta de bens registou um saldo deficitário de 224,96 milhões de dólares (195,6 milhões de euros), sendo que o valor total das exportações foi de 2,64 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) e o das importações de 2,87 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros).

Em fevereiro a conta de bens registou um superavit de 1,62 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros).

As importações situaram-se em 926,07 milhões de dólares (805,2 milhões de euros) e as exportações em 2,55 mil milhões (2,17 mil milhões de euros).

Assim, nos dois primeiros meses do ano, a conta de bens registou uma redução de 64,68% face aos dois meses anteriores (novembro e dezembro).

As Reservas Internacionais Brutas (RIB) situaram-se em 15,99 mil milhões de dólares (13,9 mil milhões de euros) em fevereiro de 2019, representando um grau de cobertura de importações de bens e serviços de 8,77 meses.

A próxima reunião ordinária do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola realiza-se a 30 de maio de 2019, indica o BNA.