O Fundo Monetário Internacional (FMI) está “satisfeito” e “impressionado” com a dimensão e profundidade das reformas em Angola, ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (PFA), disse na sexta-feira o diretor do departamento africano daquela instituição.
A economia angolana também é destaque em vários pontos do mais recente relatório do FMI com as previsões económicas para a África subsariana em 2019, apresentado na sexta-feira em conferência de imprensa, em Washington.
O diretor do departamento africano do FMI, Abebe Aemro Selassie, considerou que Angola “tem tido grandes êxitos na resposta aos desequilíbrios orçamentais com que se deparou nos últimos anos”, sublinhando que o FMI está “muito impressionado com a dimensão e profundidade das reformas” que estão a ser praticadas pelo país, ao abrigo do PFA.
O responsável pelo departamento africano do FMI explicou que Angola está num ponto de inflexão em ambiente económico, tendo sido muito afetada pelo “choque” da descida de preços do petróleo entre 2014 e 2016.
O crescimento da economia angolana foi negativo em 2018, situando-se em -1,7%, em relação ao ano anterior.
Em 2019, o FMI prevê um crescimento económico de 0,4%, seguido de uma subida para 2,9% em 2020.
A dívida de Angola em 2018 situou-se em 88,1% do Produto Interno Bruto (PIB), que deverá subir para 90,5% em 2019 e descer para 82,8% em 2020, de acordo com o FMI.
Ainda no campo do PFA, negociado com o FMI, uma das coisas a melhorar no futuro será a introdução de programas de proteção social, para ter a certeza que os ajustes são progressivos e evitam efeitos adversos, em particular na situação dos mais desfavorecidos, disse Abebe Aemro Selassie.
No futuro, o FMI quer ver também a implementação de reformas para melhorar a competitividade da economia angolana nos mercados, que serão importantes para aumentar o crescimento.
O FMI recomenda a Angola o reforço do quadro das despesas a médio prazo e mais aplicação de controlos internos para evitar uma má repartição de despesas e facilitar a gestão de atrasos no desenvolvimento.
O Programa de Financiamento Ampliado foi aprovado em 07 de dezembro de 2018, com duração de três anos, no montante de cerca 3,7 mil milhões de dólares (3,2 mil milhões de euros) para apoiar o Programa de Reformas Económicas em Angola.
Os principais objetivos do PFA passam por reduzir as vulnerabilidades fiscais, fortalecer a sustentabilidade da dívida, reduzir a inflação, implementar um regime cambial flexível, bem como assegurar a estabilidade do setor financeiro e fortalecer o quadro de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
O FMI reconhece Angola como uma das maiores economias da África subsariana, exportadora de petróleo, com um rendimento considerado médio.