Nos três anos e meio de mandato, o Governo de António Costa já fez 3.282 nomeações — 2.342 delas para gabinetes ministeriais e 940 para altos cargos de órgãos da administração pública, noticia o Correio da Manhã. Se pegarmos em todos os dados para os gabinetes, isso corresponde à nomeação de cerca de duas pessoas por dia (1,9 por dia) entre 26 de novembro de 2015 — dia da tomada de posse — e o passado 23 de abril.
A comparação com os dois governos anteriores, de Passos Coelho e José Sócrates, não é exata, já que a estrutura governativa é diferente, e o espaço temporal também é diferente. Ainda assim, o CM faz as contas tendo em consideração os números que foram divulgados em meados de 2018 pela revista Sábado e conclui que o atual Governo tem uma média de nomeações para os gabinetes muito superior: no caso de Passos Coelho, era de 1,45 nomeações por dia, e no de José Sócrates de 1,48 nomeações por dia.
O novo Ministério das Infraestruturas e Habitação já conta com 71 nomeações. E se o Ministério do Planeamento é o que tem menos nomeações, com apenas 25, o Ministério do Ambiente é o que bate todos os recordes, com um total de 295.
No que toca aos gastos, o Ministério do Ambiente reservou mais dinheiro para estudos, pareceres e projetos de consultadoria entre 2008 e 2019 — um total de 253 milhões de euros. Depois, surge o Ministério das Finanças — com 233 milhões — e o Ministério de Educação e Ensino Superior — com 187 milhões.
Também existem vários dados relativamente aos deputados: mais de um quarto dos deputados são advogados ou juristas — que é a área profissional com maior peso no Parlamento. O PSD é o partido com mais advogados, com um total de 23 deputados que acumulam funções.
Desde 2008, os governos orçamentaram quase 1.500 milhões de euros para despesas com estudos, pareceres, projetos e consultadoria de escritórios de advogados, bem como com outros especialistas.