Um grupo de direitos humanos venezuelano disse esta quinta-feira que, pelo menos, quatro pessoas foram mortas em dois dias de protestos na Venezuela, após o líder da oposição, Juan Guaidó, ter apelado a um levantamento militar e popular. O Observatório de Conflito Social disse que as mortes ocorridas nos protestos de terça-feira e quarta-feira incluem duas pessoas mortas por disparos na cidade de La Victoria e duas outras atingidas em Caracas, a capital.

Ativistas de direitos humanos citados pela agência noticiosa Associated Press (AP) acrescentaram que pelo menos 230 pessoas foram feridas e 205 detidas durante os confrontos entre apoiantes de Guaidó e as forças de segurança, leais ao regime do Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro.

Mais de 50 pessoas ficaram feridas em Caracas só no segundo dia de protestos contra o governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciaram fontes médico-sanitárias. Nos dois dias de manifestações duas pessoas morreram: Samuel Méndez, com 24 anos e Jurubith Rausseo, de 27 anos.

Um total de 46 feridos, nos protestos de quarta-feira, foram tratados no município de Caracas de Chacao, onde as forças de segurança e milhares de manifestantes entraram em confronto durante várias horas em resposta a um apelo do líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino da Venezuela por cinquenta países.

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A presidente do serviço municipal de saúde, Maggia Santi, explicou aos jornalistas que os feridos estão todos fora de perigo, incluindo dois feridos com armas de fogo. Pelo menos 20 pessoas foram baleadas, 13 das quais sofreram várias lesões. Ainda há registo de vários manifestantes feridos na sequência do lançamento de gás lacrimogéneo por parte da Guarda Nacional Bolivariana (GNB).

Entre os feridos, há pelo menos 15 menores, entre os 14 e os 17 anos, informou a UNICEF, que pediu proteção para os que participam nas manifestações. “Os protestos potencialmente violentos nas ruas da Venezuela estão a expor os jovens a lesões e a danos”, diz-se num comunicado de Henrietta Fore, a diretora executiva da agência da ONU para a infância, no qual pede a todos os envolvidos que tomem medidas imediatas para proteger as crianças de “qualquer tipo de violência”.

As crianças e jovens da Venezuela devem poder desfrutar dos seus direitos à saúde, educação, proteção e participação de forma segura em todos os momentos”, disse a responsável da UNICEF.

Além disso, a União Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) informou que uma dúzia de jornalistas também ficaram feridos quando cobriam manifestações contra o Governo. O sindicato informou que cinco repórteres foram feridos com balas.

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, desencadeou na madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular. O regime ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado e não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.

Quatro razões para o golpe de Guaidó ter falhado