The end. 8 anos e 73 episódios depois, acabou. A Sansa Stark ficou o Pinto da Costa de Westeros, a Arya Stark virou Vasco da Gama e o Jon Snow fez as pazes com a malta do IRA e lá deu um abraço ao Ghost. Chega agora a hora de descansar das teorias, de parar ser uma mistura de Bran Stark com a Maya, e de começar a ressacar da ausência da “Guerra dos Tronos”.
Acabar uma série é como acabar uma relação, deixa um vazio do tamanho que passámos com ela, e sinto que com a “Guerra dos Tronos” casei e tive filhos. Quem sabe até, comprámos casa juntos, ou pior, criámos página de Facebook de casal. Agora que termina, é hora de reconstruir o que está desfeito, começando, como pede o Bronn, pelos bordeis.
Aqui fica a metadona possível para a heroína que foi a “Guerra dos Tronos” nas nossas vidas. Antes que se comecem a coçar todos, e a arrumar carros a troco de conversas sobre o Trono de Ferro, aqui ficam algumas sugestões de séries:
Com famílias disfuncionais
“Arrested Development”. Esta sitcom não tem gente que troca de cara mas há um mágico. Não se queimam pessoas mas ardeu um quiosque que vende bananas. Arrested Development até tem uma personagem que perde uma mão e vai presa, esta família é tão disfuncional que só fica a faltar o incesto.
Com politiquices
“House of Cards”. Bem sei que em 2019 não é politicamente correto aconselhar-se esta série mas as brilhantes maquinações políticas de a “Guerra dos Tronos” estão em “House of Cards”, também lideradas por personagens que se riem do conceito de democracia como aquele conselho se riu na cara de Sam.
Com dragões
“Dragon Ball”. Este dragão não derrete tronos e não destrói cidades, mas concede desejos. Aliás, este dragão conseguiu ressuscitar o Krillin quase tantas vezes como o Lord of Light reanimou o Beric Dondarrion.
Com seios
“Westworld”. Tem glândulas mamárias com fartura e nem é preciso sair da HBO para a ver, já que as séries com seios andam aos pares, como os… Bom, vocês entenderam.
Com anões
“Twin Peaks”. A “Guerra dos Tronos” tinha um anão que bebia e sabia coisas, para ver “Twin Peaks” é preciso beber para se entender alguma coisa do que diz o anão.
Com uma personagem que está sempre sentada e que sabe tudo
“Preço Certo”. Miguel Vital, tal como Bran Stark, nunca se levanta da sua cadeira e sabe tudo. Seja a linhagem de um herói ou o preço de um frigorífico de duas portas da Singer, Miguel Vital é o nosso Three Eyed Raven dos eletrodomésticos.
Com um final polémico
“Sopranos”. Expectativa é tudo na vida, e se nós, do alto da nossa arrogância e prepotência, achamos que todas as séries de televisão vão acabar como desejamos, estamos muito enganados. “Sopranos” teve aquele que foi o final mais polémico que uma série de televisão pode ter, porque, na realidade, se concentrou no que queria fazer e mandou o espectador ir apanhar no **.
Agora é enfiar tudo isto numa Bimby e pode ser que saia sucedâneo de a “Guerra dos Tronos”. Estas oito temporadas foram uma viagem tão incrível que nos contentaremos com uma amálgama de sabor a Morenazos, apenas e só porque acabaram os Filipinos para sempre.