Comportamentos de risco como o consumo de álcool ou drogas, a indisciplina ou atitudes antissociais e, por vezes, até criminais em crianças e jovens estão a aumentar há cinco anos. Este crescimento, noticia o Jornal de Notícias, obrigou a uma intervenção das comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). Segundo o relatório anual da Comissão Nacional de Proteção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, há uma descida do número de denúncias e casos confirmados: em 2018, foram comunicadas 39.053 situações de perigo, sobretudo por escolas e polícias, e abertos 13.905 processos, menos cerca de 10% face ao ano anterior.

Segundo a secretária de Estado para a Inclusão, Ana Sofia Antunes, o facto de a negligência dos pais continuar a ser o principal perigo que leva à intervenção das comissões de proteção acaba ser um reflexo dos “desafios dos tempos modernos, em que muitos pais nem se apercebem que os seus comportamentos põe as crianças em risco”.

O peso destes comportamentos de risco, acrescentou a secretária de Estado, está mais concentrado “na faixa etária dos 15 aos 17 anos” e tratam-se sobretudo de comportamentos contrários às normas da sociedade, de indisciplina e do consumo de estupefacientes e álcool. No ano passado, a CPCJ abriu 1.215 novos processos e as comissões acompanharam 2.606 menores. O relatório dá também conta de 59 casos de bullying, sete de gaming (vício de jogos eletrónicos) e 11 de menores apanhados na prática de crimes. Por dia, são diagnosticadas 39 situações de perigo.

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