O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse a diplomatas na terça-feira que considerou seriamente vender a sua casa em Manhattan, em Nova Iorque, EUA, para ajudar a organização a superar uma grave crise orçamental.

“A primeira coisa que fiz quando cheguei foi perguntar se poderia vender a casa”, disse Guterres, que assumiu o cargo em janeiro de 2017.

A ONU, então, enfrentava um buraco orçamental de 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) nas suas operações de manutenção da paz, bem como outro de 492 milhões de dólares no seu orçamento ordinário devido a projetos de lei por pagar pelos Estados membros.

“Não estou a brincar, é uma história verdadeira”, disse Guterres a membros de uma comissão do orçamento da ONU.

A residência oficial do secretário-geral da ONU é uma casa de quatro andares com um jardim, com vista para o East River, na área de Sutton, em Manhattan.

A casa foi oferecida à organização por um bilionário em 1972, e seu valor é estimado em várias dezenas de milhões de dólares.

Contudo, Guterres disse que descobriu rapidamente que os acordos entre as Nações Unidas e os Estados Unidos, anfitriões da organização, não lhe permitiam vender a propriedade.

O português tinha a noção que as finanças da ONU estavam num estado “crítico” e que a organização na iminência de ter sérios problemas de fluxo de caixa até o final do ano, mesmo com a suposição otimista de que todos os Estados membros pagassem as suas contribuições integral e pontualmente.

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