Michel Platini foi detido esta terça-feira pelas autoridades e levado para o gabinete Anti-Corrupção da Polícia Judiciária francesa (OCLCIFF) por  suspeitas de corrupção na atribuição da organização do Campeonato do Mundo de 2022 ao Qatar.

O ex-presidente da UEFA encontra-se sob custódia da polícia no Departamento Central de Luta contra a Corrupção e as Infracções Financeiras e Fiscais da Polícia Judiciária francesa, em Nanterre, na área metropolitana de Paris, avança o jornal Mediapart.

O Qatar foi nomeado anfitrião do Mundial 2022 em dezembro de 2010, ano em que Platini ainda exercia funções como presidente da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA).

Platini foi eleito em 2007 e exerceu funções de presidência da UEFA até 2015, depois de ser banido por quatro anos pelo comité de ética da FIFA.

Com o fim da interdição agendada para outubro de 2019, o vencedor de três bolas de ouro nos anos 80 já tinha relatado ao The New York Times a vontade de limpar a imagem e voltar ao mundo do futebol.

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Há mais de 40 anos que o nome Michele Platini soa na indústria do futebol. Depois de emergir como um dos grandes jogadores da década de 70, desempenhou um papel fulcral para a primeira grande vitória da seleção francesa de futebol — O Campeonato Europeu de 1984. Dez anos depois, em 1998, encabeçou o comité de organização do Campeonato do Mundo em França. Esse papel fê-lo tornar-se conselheiro de Blatter, presidente da FIFA entre 1998 e 2015, o que garantiu a sua entrada para a presidência da UEFA, em 2006.

Em 2015, a imagem de glória e sucesso associada ao seu nome desvaneceu. “A forma como as pessoas passaram a olhar para mim era totalmente diferente. Viam-me como um corrupto, como os outros. Tu não sais de casa. Tu pões um chapéu. Tu pões uns óculos”, diz ao jornal norte-americano.

“Quando acordas de manhã e não sabes para onde ir, ao fim de 50 anos de trabalho, e para onde não ir, porque não tens escritório, porque foste banido de tudo, foste banido da FIFA, não tens trabalho, o que tu fazes?”, confessou em junho ao mesmo órgão de comunicação.

Artigo atualizado às 11h00