A falta de efetivos da GNR faz com que, durante vários dias e em diversas zonas, não exista patrulhamento na A1. Nos dias em que tal não acontece, a autoestrada tem apenas uma patrulha disponível. A origem do problema está na dificuldade em atrair profissionais para a Unidade Nacional de Trânsito.

O governo já foi alertado para o problema, que é sentido nos 303 quilómetros que compõe a Autoestrada número 1, diz o Jornal de Notícias. Porto, Mealhada e Espinho são algumas das zonas onde a falta de patrulhamento tem sido registada.

“Quem faz Porto-Lisboa vê que o patrulhamento não existe. Em muitos dias da semana. Não é só ao domingo, infelizmente” esclarece o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira, citado pelo mesmo jornal, garantindo ainda que já fez viagens sem ver “uma única patrulha” em todo o troço.

A Associação dos Cidadãos Automobilizados manifesta o mesmo problema, acrescentando que Portugal “tem dos mais baixos rácios de patrulhamento”. “A distância média entre patrulhas, noutros países é de 25 a 30 quilómetros, e em Portugal é de cerca de 150 quilómetros”, diz Manuel Ramos, da mesma associação. Para Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, a situação piorou “desde que António Costa extinguiu a Brigada de Trânsito” em 2009.

Desde a extinção, a então criada Unidade Nacional de Trânsito tem tido dificuldade em atrair profissionais — no último concurso, apenas foram preenchidas um terço das vagas.

Segundo José Alho, presidente da Assembleia-Geral da ASPIG (Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda), “antigamente, havia um concurso para 100 militares e apareciam mil. Agora, não há elementos suficientes para as vagas”, dando o exemplo de um concurso recente em que “para 41 vagas, só ficaram 15”. Os sindicalistas consideram que no centro do problema podem estar os complementos oferecidos, que no caso do Trânsito não chegarão aos 60 euros e podem ultrapassar os 200 euros noutros setores.

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