A administração da empresa de transporte fluvial Transtejo/Soflusa propôs esta quinta-feira aos sindicatos um aumento de 26 euros para todos os trabalhadores, mas o sindicato que representa os mestres mantém a greve ao trabalho extraordinário.

A proposta foi apresentada esta tarde durante uma reunião entre a administração da Transtejo/Soflusa e os sindicatos representativos dos trabalhadores.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte da administração da Transtejo/Soflusa referiu que a empresa apresentou uma proposta de valorização salarial para todos os trabalhadores (26 euros), a pagar já a partir de agosto, e a integração do prémio de chefia dos mestres (49 euros) na remuneração base.

No entanto, esta proposta não foi suficiente para convencer o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM), que representam os mestres das embarcações, e desmobilizá-los da greve a todo o trabalho extraordinário, que está em curso desde o dia 6 de julho na empresa Soflusa, responsável pela ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa.

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“Os mestres continuam sem receber o aumento do prémio acordado em maio (mais 60 euros) e a greve ao trabalho extraordinário mantém-se. A integração vai ser feita, mas não nos moldes que tinham sido negociados”, disse à agência Lusa Carlos Costa, do STFCMM.

Na Soflusa, os mestres recusaram o trabalho extraordinário desde o dia 18 de junho, até ao dia 6 de julho, data em que entrou em vigor uma greve ao trabalho extraordinário, exigindo que seja respeitado o acordo, celebrado em 31 de maio, para aumentar o prémio de chefia, que dizem ter sido, entretanto, “suspenso”.

A decisão de aumentar o prémio dos mestres, em cerca de 60 euros, levou a que sindicatos de outras categorias profissionais na empresa também avançassem com plenários e pré-avisos de greve, alegando que esta subida causaria uma “desarmonia salarial”.

No dia 17 de junho, na véspera de uma greve marcada pelo Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (SITEMAQ), foi anunciado que esta seria suspensa na sequência da subscrição de um protocolo negocial entre a administração da empresa e os sindicatos, com o STFCMM a ser o único que não assinou.

Esta greve tem originado a supressão de várias carreiras e afetado milhares de passageiros que todos os dias realizam a travessia entre as duas margens do Tejo.

No início da semana os mestres realizaram uma greve de três dias na Soflusa, que paralisou as ligações fluviais.

Por outro lado, o Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (SITEMAQ) e a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que representam todos os trabalhadores consideraram a proposta da empresa “um bom ponto de partida negocial”

“A empresa veio ao encontro da valorização dos trabalhadores e fez uma proposta de aumento de 26 euros para todos”, apontou José Manuel de Oliveira, da Fectrans.

No mesmo sentido, Alexandre Delgado, do SITEMAQ, considerou que a proposta “embora não sendo a melhor é a mais justa”, uma vez que contempla um aumento salarial “para todos”.

“A situação só chegou a este ponto graças à falta de diálogo e ganância dos 17 mestres da Soflusa”, acusou o sindicalista.

Os sindicatos e administração da Transtejo/Soflusa voltam a reunir-se no próximo dia 22. A reunião para discutir a situação da Transtejo está agendada para as 10h00 e da Soflusa para as 14h30.

A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa enquanto a Soflusa garante a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço (Lisboa).