A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) inaugura esta segunda-feira a sua delegação em Dublin, Irlanda, numa cerimónia que conta com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.
Para as relações bilaterais é um sinal positivo, as exportações para Irlanda têm crescido nos últimos anos, nós já cobríamos a Irlanda através do Reino Unido, mas não presencialmente e em permanência”, disse à Lusa o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques.
Também em declarações à Lusa, o secretário de Estado da Internacionalização sublinhou que esta é “uma delegação num país importante onde a Agência não tinha ainda representação” e onde Portugal “multiplicou por dois o número de exportadores” nos últimos anos.
Em 2014, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), havia 879 exportadores portugueses para aquele mercado, número que mais que duplicou em 2018 para 1.876.
“Se olharmos bem para aquilo que é a tendência dos últimos anos, o número de operadores económicos que exporta para Irlanda duplicou e, portanto, é natural do ponto de vista do investimento direto estrangeiro e do apoio às empresas exportadoras” ter uma delegação em Dublin, sublinhou Eurico Brilhante Dias.
O governante destacou o facto de a Irlanda ser um “território de grande concentração de capital e de captação de investimento direto estrangeiro de várias origens”, o que justifica que Portugal acompanhe “com particular atenção” este mercado.
Com a abertura da delegação, que já estava prevista no plano estratégico, a AICEP reforça o seu “apoio às empresas exportadoras”, nomeadamente através de informação recolhida “que permitirá às empresas perceberem melhor o mercado e aí poderem delinear as estratégias corretas”, além de ser “agente ativo na captação de investimento direto estrangeiro”, salientou o secretário de Estado da Internacionalização. “Temos tido investimento irlandês em Portugal”, sublinhou.
A abertura da delegação em Dublin é uma “boa notícia” para o país porque representa “um claro reforço da nossa representação diplomática”, acrescentou, apontando que as exportações de bens e serviços para a Irlanda superam os mil milhões de euros, com “um ligeiro superavit [excedente]” para Portugal.
“Vale a pena ter presença mais permanente para explorar e tentar capitalizar o crescimento que temos tido nestes últimos anos”, afirmou o presidente da AICEP, que adiantou que “nos últimos quatro anos as exportações [portuguesas para a Irlanda] cresceram mais de 15% ao ano”. “São dados positivos e revelam uma escala que merece uma presença permanente da AICEP” na Irlanda, salientou Luís Castro Henriques.
Em 2018, as exportações de bens e serviços portugueses atingiram 1.086 milhões de euros e as importações 997,1 milhões de euros, o que representou um saldo da balança comercial positivo para Lisboa em 89,7 milhões de euros.
“Estamos a falar de uma balança comercial que já representa mais de 1.000 milhões de euros em exportações”, apontou o presidente da AICEP, que adiantou que os objetivos da nova delegação são “ficar a conhecer melhor o mercado para identificar oportunidades para as exportações”, “identificar oportunidades de produtos” para exportação e “identificar serviços” que as empresas portuguesas possam prestar neste mercado, nomeadamente na área tecnológica.
“A Irlanda também é um país para onde exportamos muitos serviços”, apontou, com estes a representarem um peso bastante significativo na balança comercial. A balança comercial para a Irlanda “já é bastante diversificada”, o que inclui desde produtos metálicos, farmacêuticos, até calçado e vestuário.
Há aqui oportunidade de expansão para outras áreas, nomeadamente a agroalimentar e também no setor das obras e infraestruturas e de materiais de construção”, salientou o responsável.
A inauguração da delegação da AICEP em Dublin faz parte da agenda do secretário de Estado da Internacionalização, que estará em missão até dia 16 de julho na República da Irlanda, onde além de contactos institucionais com o Governo irlandês irá também visitar a unidade da farmacêutica portuguesa Hovione naquele mercado.