O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu esta quarta-feira que os portugueses devem começar a “abastecer” as suas viaturas para “se precaverem” no caso de haver greve dos motoristas a partir de 12 de agosto, e que “as eleições não deviam ser estímulos para que se façam greves”, como sugere o advogado do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas.
“Temos todos de nos preparar. O Governo está a fazer o seu trabalho [para evitar a greve], mas todos podíamos começar a precaver-nos, em vez de esperarmos pelo dia 12, que não sabemos se vai acontecer [a paralisação]. Era avisado podermo-nos abastecer para enfrentar com maior segurança o que vier a acontecer”, disse Pedro Nuno Santos.
“Obviamente que nos preocupa que os atos eleitorais, momentos fundamentais na vida democrática de um país, sejam tidos em consideração quando se decide fazer uma contestação ou uma greve. Não deviam”, disse Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita às oficinas da CP/EMEF em Guifões, em Matosinhos, distrito do Porto.
“Estamos todos a trabalhar para nos preparar para qualquer eventualidade e, antes disso, para que não haja sequer greve”, frisou.
Pedro Nuno Santos observou ainda que “o Governo trabalha da melhor forma para que o impacto negativo [da eventual greve] na vida dos portugueses seja o mínimo”.
“Ao mesmo tempo, tem a preocupação de que um diferendo entre as duas partes se consiga resolver e toda abertura para que as partes se entendam e cheguem a um acordo”, descreveu.
O ministro lembrou que “os motoristas vão ter um aumento muito significativo, de cerca de 300 euros, já em janeiro 2020”, destacando que “era importante que não se perdesse o que já se alcançou”.
A SIC divulgou declarações de Pedro Pardal Henriques durante o congresso dos motoristas, no início do mês, onde foi anunciada uma nova greve a começar em 12 de agosto.
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Àquela estação televisiva, o advogado justificou as declarações dizendo que é importante, a meses das eleições, que os portugueses saibam que o Governo não fez nada para ajudar os motoristas, mesmo depois das várias reuniões que tiveram com membros do executivo.
O ministro fez relembrar que há aumentos salariais acordados “muito significativos, de cerca de 300 euros” já para o dia 1 de janeiro de 2020. Para Pedro Nuno Santos “era importante que não se perdesse o que já se alcançou”.
Dois sindicatos de motoristas entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de agosto que propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional, enquanto na greve de abril, que levou a uma corrida aos postos de abastecimento de combustível eram de 40% apenas em Lisboa e Porto.