O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou esta terça-feira a China de “mudar sempre o que foi acordado” para seu benefício e ameaçou Pequim com uma posição mais dura no comércio bilateral se vencer as eleições de 2020.

“A China está muito mal, o pior em 27 anos”, disse o Presidente em uma sequência de mensagens publicadas na sua conta do Twitter. “Eles deveriam começar a comprar os nossos produtos agrícolas agora e não há sinal de que estejam a fazer isso”, declarou ainda.

“Esse é o problema com a China, simplesmente eles não cumprem”, disse Trump, acrescentando que a economia norte-americana “tornou-se muito maior do que a economia chinesa nos últimos três anos”.

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Representantes da China e dos Estados Unidos reuniram-se em Xangai esta terça-feira, na primeira ronda de negociações comerciais após a reunião de 29 de junho entre o Presidente Trump e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no âmbito da cimeira do G20 em Osaka, no Japão.

“A minha equipa está a negociar com eles agora, mas (os chineses) mudam sempre o que foi acordado no final para se beneficiarem”, disse Trump.

“Provavelmente, devem estar à espera das nossas eleições para ver se conseguem um dos democratas durões como Sleepy Joe (Joe Biden). Então, poderiam fazer um ótimo negócio, como nos últimos 30 anos, e continuar a enganar os Estados Unidos mais e melhor do que nunca”, declarou ainda.

As negociações entre os dois países haviam parado em maio, e Trump elevou de 10 para 25% as tarifas sobre inúmeros produtos chineses, levando Pequim a impor mais taxas sobre produtos norte-americanos.

As tensões entre Washington e Pequim têm as suas raízes no desequilíbrio da balança comercial a favor da China, que exporta 419 mil milhões de dólares (376 mil milhões de euros) a mais do que importa dos Estados Unidos, e Trump diz que é devido às práticas comerciais desleais do gigante asiático.

“O problema de [os chineses] esperarem, no entanto, é que se e quando eu ganhar, o acordo que terão será muito mais difícil do que o que estamos a negociar agora … ou não haverá acordo”, disse Trump.

“Temos todas as cartas. E nossos líderes anteriores nunca as tiveram!”, acrescentou o Presidente norte-americano.