A Libra (o nome é assim também em inglês), a moeda digital do Facebook que tem o apoio de empresas como a Farfetch e a Visa, ainda não foi lançada e pode nem chegar a ver a luz do dia. Como avançado pelo Coindesk, um jornal online especializado em notícia de criptomoedas, a rede social fundada e liderada por Mark Zuckerberg assumiu no relatório trimestral que “não há garantias de que a Libra ou produtos e serviços associados sejam disponibilizados em tempo oportuno, ou sejam sequer lançados”.
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Desde que foi anunciada em junho, a criptomoeda do Facebook foi recebida com críticas e receios, principalmente por parte de legisladores norte-americanos e europeus. O Facebook assume que a libra está baseada em “tecnologia relativamente nova e não provada” e que o cenário legal relativo a criptomoedas ainda não está estabelecido. Apesar de a Libra fazer parte de uma associação que, além do Facebook, tem várias empresas envolvidas — como a Farfetch, Visa ou Uber — não é esse “escrutínio” que pode ajudar a empresa liderada por Zuckerberg, assume o Facebook.
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O relatório trimestral disponibilizado pelo Facebook revela ainda que a rede social espera que os “reguladores” e “governos” continuem a ter atenção ao desenvolvimento desta criptomoeda. Nos Estados Unidos, as autoridades governamentais já afirmaram que a Libra pode ser “uma ameaça ao dólar”. Por isso, o Facebook pode considerar não avançar com o projeto para evitar “custos acrescidos” à operação que já detém em plataformas como a rede social com o mesmo nome, o Instagram ou o WhatsApp.
A moeda digital do Facebook tem como objetivo facilitar a transação de dinheiro globalmente. À semelhança de outras carteiras digitais, o Facebook quer que quem adira possa “guardar, transferir e gastar a Libra” em transações como comprar um café ou bilhetes de metro. Quando for lançada, as transferências com a criptomoeda vão ter “um custo zero ou muito reduzido” para quem tenha um smartphone.
As criptomoedas são unidades de dinheiro digital que utilizam como base a tecnologia blockchain. Esta inovação tem gerado bastante interesse entre os investidores — e assustado a banca. Em 2018, a bitcoin, criptomoeda mais conhecida, bateu recordes, com os primeiros investidores a tornarem-se multimilionários. Depois, desceu a pique — mantendo, mesmo assim, uma valorização de cerca de dois mil euros — para, agora, estar de novo em alta. Contudo, as quedas num espaço de horas de oscilação de valor desta moeda rondam, por vezes, os milhares de euros (uma bitcoin vale, atualmente, cerca de 8770 euros, há um mês valia cerca de 9500).