Há casos de grávidas que tentam obter consultas em hospitais de Lisboa e veem esses pedidos recusados, quer em período de férias quer noutras alturas do ano. A Antena 1 conta mesmo o caso de Chiara, uma grávida de 27 semanas que em março viu a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) recusar-lhe uma ecografia: “A minha médica de família reencaminhou o pedido para a marcação de uma ecografia na MAC e, na MAC, recusaram o pedido”. Acabou, assim, por ter de “marcar no particular”.

Já em 2017, Chiara, então na primeira gravidez viu consultas serem-lhe recusadas quer na Maternidade Alfredo da Costa, quer no Hospital São Francisco Xavier apesar de a sua médica de família ter reencaminhado o caso para aqueles hospitais. Na altura os serviços públicos apresentaram-lhe uma alternativa, como contou à Antena 1: “Disseram-me para ir às urgências, todas as semanas, a partir das 36 [semanas] e esperava entre duas a três horas para fazer a monitorização fetal.”

A presidente da Associação Portuguesa dos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto, Sara do Vale, também confirmou à Antena 1 que estas situações acontecem não só no verão mas “o ano inteiro” e diz que além de consultas recusadas e há problemas no acompanhamento, já que as grávidas “ficam sempre um período de tempo sem acompanhamento, que já não estão a ser seguidas pelo centro de saúde e ainda não têm consulta marcada no hospital onde vão ter o bebé”. Este tempo sem acompanhamento, lamentou aos microfones da Antena 1, dura “às vezes três semanas a um mês”. E acrescenta: “Sei de casos em que a consulta ficou marcada para as 39 semanas ou mesmo para as 40”.

À rádio do Observador, Sara do Vale reforçou que este não é um problema exclusivo das férias. “o que tenho assistido de perto de casos que acompanho e que me chegam da associação, não é uma questão sazonal, é uma falta de tempo e de recursos humanos e físicos dos serviços para poderem abarcar todas estas situações”. Sara do Vale reconhece um esforço dos profissioanis de saúde que “muito fazem com o que podem”, mas adverte que “por outro lado as mulheres não podem ficar sem assistências acompanhamento e sem vigilância nas últimas semanas da gravidez, que são fazes muito importantes.”

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