Pelo menos seis paquistaneses foram mortos em menos de 24 horas por disparos de tropas indianas feitos a partir da Linha de Controlo na região da Caxemira, afirmaram esta sexta-feira as autoridades paquistanesas.
“Outro bravo filho da terra perdeu a vida no cumprimento do dever” na cidade de Buttal, escreveu no Twitter o porta-voz do Exército, Asif Ghafoor.
Another brave son of soil laid his life in the line of duty. Sepoy Muhammad Sheeraz embraced shahadat due to Indian firing in Buttal Sector along LOC. pic.twitter.com/BAozVnsuGY
— DG ISPR (@OfficialDGISPR) August 16, 2019
Esta foi a sexta pessoa a morrer depois de na quinta-feira, segundo as autoridades do Paquistão, dois civis e três soldados terem morrido na parte paquistanesa da Caxemira
As tensões entre os dois vizinhos aumentaram depois de a Índia ter decretado, há 12 dias, a revogação da autonomia constitucional do estado de Jammu-Caxemira, medida explosiva que visa colocar a região sob uma tutela mais direta de Nova Deli e que o Paquistão considerou “ilegal”.
Desde 4 de agosto que a Caxemira indiana está isolada do mundo. O controlo sobre as comunicações e restrições pesadas de circulação foram impostos pelas autoridades indianas.
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As duas potências nucleares do sul da Ásia já travaram duas guerras pelo controlo de Caxemira. Desde 1948, uma resolução da ONU prevê a organização de um referendo de autodeterminação em Caxemira, que se mantêm letra morta face à oposição de Nova Deli.
Diferentes grupos separatistas combatem, há décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região de Jammu-Caxemira, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão. Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, já morreram no conflito.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem agendada para esta sexta-feira uma reunião à porta fechada para discutir a situação de Caxemira, a pedido do governo do Paquistão.
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