Rui Rio desafia o governo a assumir “uma grande derrota” na mediação entre sindicatos e entidades patronais para o fim da segunda greve dos motoristas de matérias perigosas. Apesar de assumir que, “quando alguém vai fazer uma mediação destas, ela não é fácil e pode falhar”, o líder do PSD considera que o governo e, em particular, o ministro Pedro Nuno Santos “merece que se aponte o dedo a dizer que falhou porque em abril, por alturas da Páscoa, juntou os sindicatos e as entidades patronais, disse que resolveu o assunto e que teve uma grande vitória. Se afinal não resolveu nada, assuma agora que teve uma grande derrota”.
Quanto à terceira greve dos motoristas, decretada esta segunda-feira para a primeira semana de setembro e afeta apenas às horas extraordinárias, aos feriados e aos fins-de-semana, o líder do PSD questiona “a lógica de marcar serviços mínimos”.
Se [os serviços mínimos] tiverem de ser marcados porque oito horas de trabalho de 100% dos trabalhadores não chegam, algo não está bem. Se o serviço não for feito na sua plenitude, nós percebemos que estes profissionais, em média, trabalham 10, 12 ou 13 horas por dia. Isto não é aceitável para nenhum profissional; isto é menos aceitável para quem anda na estrada a conduzir; isto é menos aceitável para quem conduz carros pesados; e ainda menos aceitável para quem conduz carros pesados carregados de gasolina.”
Rio confirmado “número dois” do PSD no Porto e Catarina Rocha Ferreira “número três”
Rui Rio entregou formalmente na manhã desta quinta-feira as listas do PSD para as eleições legislativas no Porto. No Palácio da Justiça, em plena baixa da cidade, Rio, que será o número dois, fez-se acompanhar dos restantes nomes da lista, tendo sempre por perto Hugo Carvalho, a jovem aposta do partido, de 28 anos, escolhido para encabeçar a lista do Porto.
Cabeça de lista do PSD Porto quer “emprestar menos conservadorismo ao PSD”
Rui Rio centrou as críticas à atuação do governo nos últimos quatro anos na “péssima gestão das contas públicas”, agudizada por um “aumento dos impostos como nunca se aumentou em Portugal”, ao mesmo tempo que se “degradou os serviços públicos”. No final, acusou o governo de fazer “pior com mais dinheiro”.
Se pagamos mais impostos, deveríamos ter melhores serviços. Não. Pagamos mais impostos e temos piores serviços. Bom, então os salários, particularmente os da função pública, deveriam ser elevadíssimos. Também não é o caso. Isto significa uma péssima gestão. Com mais dinheiro fazem pior.”
Apesar de considerar benéfico o aumento do salário mínimo conseguido por este executivo, o líder social democrata julga que o governo não preparará, daqui para a frente, o país no que toca ao aumento dos salários, já que, diz, não basta aumentar o salário mínimo se o médio não lhe seguir o rasto.
Para Rui Rio, “uma solução política assente no Bloco de Esquerda e no Partido Comunista não permite e nunca permitirá uma economia apoiada nas exportações, no investimento e na competitividade”. Mantendo-se esta solução política a governar, então “temos de nos contentar com isto: uns trocos”.