O incêndio que deflagrou esta quinta-feira no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda, já está dominado, disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).
“O incêndio foi dado como dominado cerca das 22h15. Nesta altura continuam os meios no local nos trabalhos de consolidação e rescaldo do incêndio, de modo a evitar que ocorram reacendimentos”, afirmou a fonte do CDOS da Guarda.
Segundo a mesma fonte, continuavam no local, às 23h40, 327 operacionais, apoiados por 98 viaturas, sendo esperado que os trabalhos dos bombeiros decorram ao longo da noite e madrugada.
O incêndio, que deflagrou pelas 12h04, em Vale Mourisco, na freguesia de Águas Belas, progrediu para a localidade de Vila do Touro, mas não atingiu habitações, segundo o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo. Devido ao incêndio, durante a tarde “foram retiradas pessoas” da povoação de Vila do Touro “e levadas para os locais de abrigo, mas só por precaução”, adiantou. Há a registar um ferido ligeiro que teve de ser hospitalizado, um bombeiro que sofreu queimaduras nas pernas.
O autarca afirmou à Lusa que as chamas atingiram “zonas de pastagens e de mato”, havendo registo da destruição de vários fardos de aveia que um agricultor tinha numa propriedade agrícola. Segundo António Robalo, os técnicos do município do Sabugal vão fazer posteriormente um levantamento exaustivo dos prejuízos, “como costuma acontecer nestas situações”.
O fogo originou o corte, pelas 13h43, da Estrada Nacional 233, que faz a ligação Guarda-Sabugal, mas a via foi reaberta às 20h09, segundo o CDOS da Guarda.
Câmara do Sabugal alerta para escassez de água na barragem
O presidente da Câmara Municipal do Sabugal alertou para a escassez de água na barragem local, devido ao “descontrolo” na transferência para o regadio da Cova da Beira. António Robalo disse à agência Lusa que esta quinta-feira os bombeiros ainda não tiveram problemas no abastecimento das viaturas de combate, mas alertou que a albufeira da barragem está “nos mínimos”.
“[A preocupação] é devido à gravidade de a barragem estar nos mínimos, por ser retirada água para o regadio da Cova da Beira. Há um descontrolo da transferência da água para a Cova da Beira. Há uma má gestão da água e isso tem efeitos no nível mínimo”, referiu.
Segundo o autarca, “não há falta de água” para o combate ao incêndio, mas devido à situação em que a barragem se encontra, “se houver muitas situações destas, tem que haver uma gestão mais sustentável da água da barragem”.
O Sabugal é um dos concelhos que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou sob risco máximo de incêndio esta quinta-feira.
(Em atualização.)