O PSOE e o partido de extrema-esquerda Unidos Podemos falharam pela segunda vez a tentativa de acordo para um novo governo, depois de uma reunião nesta terça-feira que durou mais de quatro horas, avançam os jornais espanhóis, como o El Mundo.

Depois de uma segunda reunião — a primeira aconteceu na última quinta-feira — os dois partidos não conseguiram chegar a uma plataforma de entendimento que permita formar uma maioria e, consequentemente, a investidura do primeiro-ministro Pedro Sánchez (líder do PSOE). Caso os dois partidos não cheguem a acordo nas próximas semanas, Espanha vai ter novas eleições gerais — que já estão marcadas para 10 de novembro.

A divergência entre o PSOE e o Unidos Podemos é fácil de explicar. Enquanto os socialistas querem seguir um modelo ‘à portuguesa’, como um apoio de incidência parlamentar, o Podemos de Pablo Iglésias defende a formação de um Governo de coligação entre os dois partidos.

PSOE e Podemos voltam à mesa de negociações esta terça-feira

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A conclusão é que o PSOE não se afasta do plano de formar um governo de partido único. Além disso, fomos informados de que, se não o aceitarmos, eles [PSOE] entendem que não deve haver mais reuniões e levantam-se da mesa de negociação”, disse o eurodeputado Pablo Echenique. O dirigente do Podemos diz mesmo que a falta de acordo “leva o país definitivamente às eleições antecipadas”.

Adriana Lastra, vice-secretária do PSOE e porta-voz parlamentar, enfatizou que “não há uma maneira para alcançar um acordo”, já que o Podemos “negou-se a todo momento a um pacto programático de governo deste país” e que não veem “uma saída para a situação”. Os socialistas só voltarão a discutir a possibilidade de um novo governo, caso o Podemos abra mão da insistência em fazer parte do Executivo.

O Podemos entende que o último governo minoritário do PSOE mostrou que é preciso mais respaldo parlamentar. “Conduzir a Espanha a uma situação de grande instabilidade não está nos nossos planos”, diz Echenique.

PM espanhol avança proposta para convencer extrema-esquerda de governo “à portuguesa”