Em 20 anos, entre 1999 e 2019, registaram-se 29 acidentes com meios aéreos de combate a incêndios que embateram em cabos elétricos. Seis pessoas morreram e 11 ficaram feridas, segundo a TSF.

O acidente aéreo da semana passada em Valongo fez aumentar as estatísticas de vítimas mortais neste tipo de acidentes. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAFF), que, em 2018, compilou os dados sobre os acidentes devido a cabos elétricos, alertou para o problema nesse ano, recomendando uma melhor sinalização das linhas elétricas.

No acidente de Valongo, segundo a TSF, a linha na qual embateu o helicóptero não precisava de sinalização — já que uma linha paralela a essa estava corretamente sinalizada. Por isso, na origem do acidente não deverá ter estado a sinalização. O único ocupante, o piloto Noel Ferreira, era comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete e militar da Força Aérea Portuguesa na Base do Montijo. Tinha 35 anos e tinha pedido licença para ajudar no combate aos incêndios.

O helicóptero, da empresa Afocelca, do grupo The Navigator Company e da ALTRI, estava a ser emprestado à Proteção Civil para combater um incêndio numa região que não pertencia à empresa.

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Morreu o piloto do helicóptero de combate aos incêndios que caiu em Valongo

À TSF, o comandante Filipe Conceição e Silva, investigador de acidentes aéreos, diz que há ainda situações “perigosíssimas” de linhas mal sinalizadas. As estatísticas de acidentes podem, no entanto, ser superiores, uma vez que os registos do GPIAAF apenas contabilizam os acidentes com consequências mais graves.