(Esta fotogaleria foi inicialmente publicada no dia 20 de setembro de 2019 e voltamos a lançá-la nesta quarta-feira, 21 de outubro de 2020, dia em que se assinalam os 500 anos do Estreito Magalhães)
A 20 de setembro de 1519, Fernão de Magalhães e outros 235 homens embarcaram em cinco caravelas para uma das mais ambiciosas viagens da época dos Descobrimentos — dar a volta ao mundo pelo mar e encontrar novos territórios onde se pudessem estabelecer novas trocas comerciais.
De costas voltadas para Portugal, de acordo (e testamento) assinado com Espanha e com uma longa experiência de marinheiro, Fernão de Magalhães deixou San Lúcar de Barrameda e rumou a sul. Nunca completaria a viagem, pois morreria no caminho, durante uma batalha contra um povo canibal. Mas a primeira circum-navegação haveria de receber o seu nome e o de Juan Sebastián Elcano, um dos 18 homens que, de toda a armada, aportaria com vida na casa de partida a 6 de setembro de 1522.
A aventura de Fernão de Magalhães, que renegou à nacionalidade portuguesa para servir o rei de Espanha, foi travada numa época em que se julgava que o Pacífico era uma mera continuação do Oceano Índico — não o maior oceano do planeta. Aliás, o nome por que é conhecido foi-lhe dado pela armada de Magalhães, que diz ter passado longos dias a navegar sem ter apanhado qualquer tempestade. Mais do que isso: ninguém tinha a certeza de quantos quilómetros se iam percorrer, porque não se sabia o tamanho da Terra. Na verdade, nem sequer se sabia ao certo se era mesmo redonda.
Antes de morrer em Mactán à conta de ter tentado converter um povo ao Cristianismo e colocá-lo sob domínio da monarquia espanhola, Fernão de Magalhães protagonizou uma viagem épica que o levou pela costa africana até às praias brasileiras, descendo em direção ao círculo polar antártico. Dobrou o agora chamado Estreito de Magalhães e só depois voltou a subir para o hemisfério norte, onde explorou as ilhas indonésias e filipinas antes de morrer.
Depois, foi Elcano que tomou o seu lugar. Atravessou o Índico, dobrou o Cabo da Boa Esperança e atreveu-se a parar em Cabo Verde, que era território português à época, para salvar da fome e das doenças a tripulação que restou. A viagem só terminou 1.082 dias mais tarde, com um acréscimo incrível no conhecimento sobre o mundo; mas também com um rasto de morte pelo caminho.
Na fotogaleria, pode encontrar 30 dos principais locais por onde a expedição de Magalhães passou. Há paraísos transformados em metrópoles gigantescas, outros que passaram por histórias imprevisíveis, como Guam, que se tornou território norte-americano. Veja tudo na fotogaleria.