O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, lamenta os baixos salários no Estado e confessa que esse é um fator que leva muitos militares a interromper o contrato e a desistir das Forças Armadas. Em entrevista à TSF, o ministro diz ainda que o país tem cerca de quatro mil militares a menos do que o que deveria: “Nós não precisamos de Forças Armadas com 50, 80 ou 100 mil como já tivemos. Precisamos de Forças Armadas com cerca de 30 mil militares e estamos nesta altura com cerca de 26 mil efetivos”, explica.
Para combater esta falta de militares, o Governo está a estudar a criação de “um quadro permanente de efetivos no Exército e na Força Aérea”, à semelhança do que já existe na Marinha. O problema, explica Gomes Cravinho, está nos contratos dos militares: “São recrutados por um período de seis anos e saem ao fim de dois ou três”, lamenta.
As fardas no exército são outro problema, mas Gomes Cravinho afirma que já há dinheiro para repor o equipamento. A TSF disse a Gomes Cravinho que há militares a comprar em lojas civis cópias do fardamento — situação que o ministro garantiu não ter conhecimento: “Confesso que desconhecia em absoluto essa possibilidade. E, enfim, se ela existe, é algo que evidentemente tem de ser alterado”.
Numa entrevista em que o caso de Tancos não terá sido discutido, o ministro da Defesa revelou que Portugal foi convidado para liderar uma missão militar na União Europeia, apesar de não adiantar o lugar. Para o convite, diz, contribuiu “o prestígio das forças portuguesas” lá fora. “Várias missões internacionais dizem: ‘Nós gostaríamos era de ter portugueses’ — incluindo ao nível de liderança”, salienta.
João Gomes Cravinho afirma, ainda, que está disponível para manter a pasta da Defesa, caso o PS vence as eleições legislativas. E se Costa — que apelida de “soberano” — assim o desejar. “Do meu lado, tenho total disponibilidade para dar o apoio que puder à solução governativa que eu espero que saia das eleições”, assume.