Em plena campanha eleitoral, há duas novas obras que ajudam a reflectir sobre Portugal, sobre o seu sistema político e sobre as dificuldades que impedem o país de estar à altura das suas ambições. José Manuel Fernandes e Rui Ramos, fundadores do Observador e dois dos seus mais destacados colunistas, reuniram em livro algumas das suas melhores crónicas dos últimos anos. “Como Garantir que Portugal Ficará Pobre para Sempre” e “A Conspiração Oligárquica” são apresentados em Lisboa esta segunda-feira, dia 23, pelas 18h30, na Fnac Colombo. A entrada é livre.
A sessão de lançamento contará ainda com a presença de João Miguel Tavares, publisher da empresa 510, responsável pela edição dos dois livros, que inauguram a colecção “Biblioteca Observador”. Os três prometem uma conversa animada sobre política e jornalismo, esmiuçando os principais temas que atravessam as obras de Rui Ramos e de José Manuel Fernandes, da existência de uma oligarquia que domina o país e impede o desenvolvimento de uma cultura meritocrática, à perpetuação de uma sociedade acomodada que parece incapaz de superar os seus problemas estruturais.
O livro Como Garantir que Portugal Ficará Pobre para Sempre reúne num só volume mais de duas dezenas de artigos que José Manuel Fernandes publicou ao longo dos últimos anos, e que traçam um retrato simultaneamente lúcido e desencantado do Portugal contemporâneo. Para o jornalista e publisher do Observador, Portugal é um país de oportunidades perdidas, conformado com a sua falta de ambição, e incapaz de deixar perspectivas de um futuro melhor para as novas gerações.
Já A Conspiração Oligárquica reúne meia centena de artigos que Rui Ramos publicou desde o fim do governo de Passos Coelho até à recta final do governo de António Costa. No seu entender, a democracia portuguesa gerou “uma classe dirigente especializada”, que no decorrer da sua evolução foi dominando a economia e o espaço público através do Estado. A “conspiração oligárquica” é, em larga medida, protagonizada pelo Partido Socialista, por ser o partido que controla o país desde meados da década de 90. A partir de uma base de recrutamento restrita (“uns quantos amigos e umas quantas famílias”), formou-se um poder ideologicamente indefinido mas muito forte, que hoje domina Portugal.
Cada livro custa 7,90 euros e está disponível em qualquer livraria.