O deputado socialista Pedro Delgado Alves considerou esta terça-feira que a utilização de assinaturas de deputados do PSD sem consentimento revela “uma dualidade de critérios” do líder dos sociais-democratas, que parece não querer retirar “uma consequência” do assunto.

De acordo com a TSF, foram usadas as assinaturas de vários deputados sociais-democratas no pedido de fiscalização sucessiva referente à nacionalização da Casa do Douro, sem que estes tivessem conhecimento e dado autorização.

“É isso que nos gera perplexidade, é esta dualidade de critérios” do presidente do PSD, Rui Rio, afirmou à agência Lusa Pedro Delgado Alves, considerando que este facto foi “hoje reconhecido por Rui Rio numa ação de campanha [para as eleições legislativas]” e “não é normal” que “não retire daí uma consequência”.

Assinaturas não-autorizadas de deputados. Rio não sabia e “obviamente não é normal”

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O líder social-democrata considerou, em declarações aos jornalistas no final de um contacto com a população no centro da cidade de Lamego, distrito de Viseu, que “para quem está de fora” o uso de assinaturas sem o consentimento dos deputados parlamentares do PSD “obviamente que não é normal”.

Já o deputado socialista argumentou que esta prática é “grave no plano ético, no plano jurídico”, acrescentando que o caso “lembra quando as falsas presenças também não faziam muita confusão” a Rio.

Numa semana em que há uma grande vontade de fazer insinuações ou lançar suposições, ao ponto de querer convocar a Comissão Permanente [da Assembleia da República para debater o processo de Tancos], são os próprios deputados do PSD que são surpreendidos” com o uso de assinaturas sem o seu consentimento, vincou, assumindo, contudo, que não cabe ao PS tomar uma posição, porque “a responsabilidade sobre essa matéria [a legalidade ou não do pedido de fiscalização] é do Tribunal Constitucional, que receberá o pedido e terá” de o avaliar.

O também presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, em Lisboa, reiterou que a atitude de Rio demonstra uma “total disparidade na força como se reage perante factos que não existem”, mas “quando bate na porta de casa” e quando a questão diz respeito “a comportamentos assumidos”, não há “ilações nenhumas, não se retiram responsabilidades”.