O número de migrantes e refugiados mortos enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo ultrapassou, este ano, a barreira dos mil, divulgou esta segunda-feira a Organização Internacional das Migrações, acrescentando que esta continua a ser a rota mais perigosa do mundo.
O Projeto Migrantes Desaparecidos, da Organização Internacional das Migrações (OIM), que recolhe estatísticas sobre as mortes nas várias rotas migratórias do mundo desde 2014, estima que o número de pessoas que morreram no Mediterrâneo este ano alcança já as 1.041. Nos últimos seis anos, o número de mortos nesta rota ultrapassa os 15.000, acrescenta a organização.
As mortes na rota do Mediterrâneo “devem-se, em certa medida, ao endurecimento das atitudes e ao aumento da hostilidade para com os migrantes, que fogem da violência e da pobreza”, afirmou um porta-voz da OIM, Leonard Doyle. “Esta carnificina no mar vai prejudicar-nos e envergonhar-nos a todos”, acrescentou.
O número de mortos no Mediterrâneo este ano é mais baixo do que no mesmo período dos anos anteriores (em 2016, houve mais de 5.000 vítimas mortais, o número mais elevado dos seis em análise), mas a OIM considera que isso não se deve a um aumento da segurança, mas sim a uma redução do fluxo de migrantes.
A rota central — que tem como destino Itália e Malta — mantém-se como a mais perigosa, com 600 mortes registadas entre janeiro e outubro. A OIM alerta, no entanto, para o recente crescimento do fluxo de migrantes na zona oriental, sublinhando que é difícil aceder a informação completa sobre os sinistros nessa parte do Mediterrâneo.
Este ano, a OIM contabiliza 2.412 migrantes e refugiados mortos em todo o mundo, entre os quais 326 na fronteira entre o México e os Estados Unidos, 154 nas Caraíbas e 84 na América Central.