O conservador Lei e Justiça (PiS, na sigla original) venceu as eleições na Polónia, com um resultado confortável que Jarosław Kaczyński permite ter maioria no Parlamento, sem necessidade de fazer coligações, indica a Euronews nas atualizações desta manhã.
As sondagens à boca das urnas colocam o PiS na frente com 43,6% dos votos, um resultado superior aos 37% que o PiS conseguiu em 2015, quando chegou pela primeira vez ao Governo.
Em segundo lugar ficou a Plataforma Cívica (centro-direita), a que pertence o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk, com 27,4%, segundo conta a Deutsche Welle e confirma a Euronews. A Aliança Democrática de Esquerda (esquerda) terá conseguido 11,9% dos votos, o Partido Popular Polaco (cristãos-democratas) 9,6% e a Confederação (extrema-direita) terá alcançado 6,4% dos votos. Todas estas forças políticas, à exceção da extrema-direita, consideraram durante a campanha formar uma espécie de geringonça para derrotar o PiS e formar um Governo alternativo com maioria parlamentar.
O líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, já reagiu às projeções: “Temos uma vitória. Apesar de uma frente poderosa, conseguimos vencer”, afirmou, destacando, porém, que estes ainda não são resultados finais.
O PiS chegou pela primeira vez ao poder executivo em 2015, com uma agenda conservadora nos costumes, mas destacando-se do centro-direita pela sua postura anti-austeridade. O Lei e Justiça tem combinado medidas como um abono de família de 500 zlotys (116€) por criança com leis mais apertadas relativamente ao aborto e críticas às minorias, como os migrantes ou a comunidade LGBT.
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Para este novo mandato, não se prevê que o Lei e Justiça altere o rumo. Isso mesmo confirmou o próprio líder, Kaczynski, num discurso na passada sexta-feira, num comício, onde expôs a sua agenda para os próximos anos: “Podemos garantir que as famílias serão protegidas, que a liberdade da Polónia será protegida e que a Igreja Polaca será protegida de ataques”, afirmou o líder do PiS, citado pela Al Jazeera.
O Governo polaco, liderado pelo PiS, também se envolveu em conflitos com a Comissão Europeia. A sua polémica reforma judicial, que lhe permitiria ter mais controlo sobre os juízes nomeados para o Supremo Tribunal, foi mesmo alvo de sanções por parte de Bruxelas.